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16 de Maio de 2008 às 04:00

A energia da cana

Matéria extraida do editorial da evista Istoé

Para um país que no passado acreditou que seu maior potencial energético estava nas águas, com as hidrelétricas, é uma mudança e tanto. Depois que o petróleo assumiu a dianteira na matriz de energia, agora é a vez de a cana-de-açúcar desbancar a fonte hidráulica. Na semana passada, um levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal que faz regularmente o balanço da produção brasileira, apontou que pela primeira vez na história a cana como fonte geradora superou energia vinda de recursos hídricos. Ou seja, com o etanol da cana e a queima do bagaço da planta, também usada na geração elétrica, essa alternativa já ocupa o segundo posto no ranking nacional, atrás apenas do petróleo. E isso acontece antes mesmo de o etanol arrebatar os mercados internacionais, como é esperado. Pelo trabalho da EPE, a cana-de-açúcar respondeu com 16% de toda a energia produzida no País, enquanto as hidrelétricas, agora no terceiro posto, responderam por 14,7%. O mais importante é que a cana-de-açúcar esta dentro daquele grupo definido como fontes renováveis – que conta também com o carvão vegetal e a hidráulica – e que faz do Brasil um dos principais fornecedores com esse perfil. A produção energética nacional baseia 46,4% de sua matriz nas tais fontes renováveis. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que comunicou o feito, diz que a tendência de avanço do etanol é irreversível. Muitos acham que no futuro breve será possível ver o etanol liderando esse ranking, à frente do petróleo. Por sua característica limpa e renovável, além da eficiência no campo dos combustíveis, o etanol ganha dia a dia mais simpatizantes e potenciais investidores. Pelos cálculos da EPE, o consumo do álcool hidratado, usado nos carros, subiu 46,1% em 2007, alcançando a 6,2 bilhões de litros. Na contramão, a gasolina vem perdendo terreno e seu consumo caiu 3,9%, recuando para 18 bilhões de litros. Não demora muito e a virada de posição torna-se realidade.

 

Carlos José Marques.

 

(fonte Isto é nº. 2010)

 



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