Os funcionários da MSGás vão paralisar as atividades na próxima quinta-feira (12), a partir das 13h30. O objetivo é mobilizar os servidores e chamar a atenção da população e das autoridades para o debate que será realizado neste dia durante a audiência pública “Privatizações, o desmonte dos serviços públicos e os prejuízos à população”.
A paralisação foi aprovada em assembleia realizada com a categoria nesta segunda-feira (9). A audiência pública será às 14h, na Assembleia Legislativa, e contará com a presença de representantes do Sinergia e da MSGás. O debate vai destacar os impactos negativos da privatização de serviços públicos essenciais, como água, energia, Correios, gás e bancos públicos.
A presidente do Sinergia-MS, Elizete Almeida, explica que a desestatização prejudica os trabalhadores e, principalmente, a população. “A gente sabe que a privatização não traz benefício algum para a população. Temos aqui o exemplo da Energisa, antiga Enersul, que foi privatizada e não teve redução no custo da energia e nem melhorias nos serviços prestados à população”, afirmou Elizete.
O diretor do Sinergia, Elvio Vargas, acrescenta ainda que a MSGás é uma empresa estratégica e lucrativa. “A MSGás é uma empresa que dá lucro para o Estado, não tem necessidade de vender algo que está dando certo. É um patrimônio público que será entregue para a iniciativa privada”, ressaltou.
As primeiras medidas concretas do Governo do Estado para desestatização da concessionária de gás começaram em agosto do ano passado, com a abertura das propostas da licitação do BNDES para contratação de serviços relativos à privatização. Os estudos para desestatização estão em andamento.
Acordo Coletivo
Durante a assembleia desta segunda-feira (9), os servidores da MSGás também aprovaram o Acordo Coletivo, com data base de novembro. O acordo ainda estava pendente por conta da discussão sobre a inclusão da cláusula de estabilidade, que garante que não haja demissão sem justa causa, caso a empresa seja privatizada.
“Os trabalhadores se sentem ameaçados com a possibilidade de privatização. Mas a empresa anunciou que a garantia da data base iria valer só até a próxima quinta-feira, então, consideramos prudente fechar o acordo”, esclareceu o diretor do Sinergia, Elvio Vargas.
Elvio explica ainda que o tema voltará a ser debatido na campanha salarial deste ano prevista para começar a partir de agosto. “Até lá a privatização ainda não será feita porque tem todo um trâmite e depende de aprovação da assembleia legislativa. Então, vamos cobrar esta cláusula de estabilidade na nova campanha, é uma garantia legítima dos trabalhadores concursados”.