Notícia publicada originalmente no site da FNU
Ao se comemorar o Dia Mundial da Água no dia 22 de março, é preciso lembrar mais do que nunca que em diversos lugares do planeta, milhares de pessoas já sofrem e morrem com a falta desse bem essencial à vida, pois a água é um bem precioso e insubstituível.
Especialistas anunciam a possibilidade de que num futuro próximo, teremos guerras e conflitos entre países em busca de água potável. Nesse panorama o Brasil pode ser considerado um país privilegiado, pois aqui estão 11,6% de toda a água doce do planeta. Em nosso território se encontra o maior rio do mundo – o Amazonas – e o maior reservatório de água subterrânea do planeta – o Sistema Aquífero Guarani.
Dentro desta conjuntura de abundância, o Brasil, como todos os países periféricos que tem abundância de água, vem sendo alvo constante da investidas do capital transnacional na tentativa de controlar os serviços de água e saneamento, essa ameaça real busca aliados dentro do projeto neoliberal e entreguista, que se utilizam dos mais variados nomes: abertura de capital, parceria publico-privada, municipalização com imediata entrega dos serviços a uma empresa privada. Ou seja, para a lógica do sistema capitalista o importante é controlar a água não importando os métodos.
A FNU, a sociedade brasileira e a classe trabalhadora vêm travando nos Estados uma luta sem trégua pela manutenção das empresas públicas. Por isso, vamos continuar vigilantes quanto às estratégias usadas pelos grupos transnacionais e seus aliados nos governos para tomar o controle de nossas empresas, nossa tarefa é resistir barrando qualquer tentativa de privatização.
Devemos usar como exemplo de luta os co-irmãos bolivianos que há alguns anos foram às ruas em El Alto e expulsaram a empresa que explorava os serviços de água. Assim como, foi estratégica a postura dos governos da Argentina, Uruguai, Venezuela e Equador que quebraram os contratos com estas empresas transnacionais e as devolveram as suas populações através da nacionalização dos serviços.
A FNU vem realizando nos últimos anos uma série de atividades com intuito de discutir e debater a situação do setor do saneamento no país, inclusive de forma regionalizada, como aconteceu em outubro de 2008, quando realizou o Encontro de Trabalhadores(as) em Saneamento do Nordeste, em Alagoas. Em outubro de 2009 aconteceu um debate de caráter nacional com o encontro do Coletivo Nacional de Saneamento e a realização do Seminário “Saneamento No Brasil: Superar os Desafios para Alcançar a Universalização com Controle Social” realizado pela Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental – FNSA e pela FNU nos dias 18 e 19 de outubro em Belo Horizonte.
Neste dia 22 de março vamos acima de tudo refletir e reafirmar nosso compromisso com os serviços públicos de água e saneamento. Pois a água não é um bem para gerar lucro, ela é vida acima de tudo e neste momento de eleição para os Estados e a presidência da República devemos nos mobilizar para impedir o retrocesso representado pelas forças conservadoras, elegendo candidatos comprometidos com um Estado forte e atuante, capaz de investir na universalização dos serviços de saneamento, água e esgoto, sobretudo nas regiões mais necessitadas.
