Operação ainda passará por auditorias e a expectativa é de que sinergias melhorem poder de negociação e retorno aos acionistas
O acordo assinado na manhã desta segunda-feira, 17 de fevereiro, entre a CPFL Renováveis e a Dobrevê Energia deverá ser concluído até o final do segundo trimestre. Até lá as duas empresas realizarão auditorias na sua contraparte e enquanto esse trabalho é realizado buscarão as aprovações legais tanto na Agência Nacional de Energia Elétrica quanto no Conselho Administrativo de Desfesa Econômica (Cade).
Segundo o presidente executivo da CPFL Renováveis, André Dorf, a negociação entre as duas companhias foi iniciada há algumas semanas apenas. E, apesar de ainda não divulgar dados mais específicos sobre o acordo, ele comemorou a perspectiva de poder ganhar mais escala com a incorporação de 100% dos ativos da Desa ao portfolio da CPFL Renováveis. “Os ativos da Desa são complementares aos nossos e ainda possui um pipeline robusto. Agora contaremos com 72 ativos em operação, antes tínhamos 60 e esse aumento nos traz escala de implantação de projetos e de uma maneira competitiva, onde podemos negociar melhor com os fornecedores”, afirmou ele.
A CPFL Renováveis já apontava no final do ano passado que estaria em busca de novos negócios, principalmente, por meio de fusões e aquisições. Aliás essa tem sido uma das principais ferramentas de expansão da geradoras de energia por meio de fontes alternativas do grupo CPFL Energia.
Apesar de apontar que o novo acordo trará sinergias entre as duas operações, Dorf não revelou qual deverá ser o valor obtido. Ele apontou que os ganhos são estruturais como, por exemplo, maior poder de negociação com os fornecedores e melhor custo de capital e retorno aos acionistas. Além disso, citou as sinergias operacionais entre os ativos das duas empresas em função da localização geográfica das usinas.
Pelo outro lado, o presidente da Desa, William Schmidt, destacou que o acordo colocará a Desa em um ambiente onde ainda não participava que é a geração por meio da biomassa. Apesar de ter projetos solares, lembrou que a CPFL Renováveis já possui uma unidade fotovoltaica em operação.
Uma das condicionantes do negócio, a aquisição de 25% das ações da Desa que estava nas mãos de outros acionistas já foi concluída. “Já encerramos esse processo, eram fundos de private equity que estavam com a Desa desde 2009 quando tínhamos apenas 30 MW em capacidade de geração e que agora decidiram se desfazer das ações”, comentou Schmidt, que não revelou quanto essa transação envolveu.