A Renova não tem planos, mas está monitorando a movimentação desse mercado em busca de uma boa oportunidade
Por Fabíola Binas, de São Paulo (SP)
Criada pelo governo para incentivar o financiamento de longo prazo para projetos estruturais, as debêntures de infraestrutura começam a ser consideradas como opção pelos investidores do setor de energia. Apesar de não ter planos para nenhuma captação desse tipo no curto prazo, a Renova Energia é uma das empresas que está observando a movimentação do mercado em torno desta nova modalidade.
“Evidentemente é algo que está nascendo, mas nós estudamos”, comentou o diretor-presidente da Renova Energia, Mathias Becker. Ele explicou que a empresa está resolvida em temos de capital nos próximos meses, e não tem a intenção de fechar operações desse tipo. O executivo afirmou, porém, que se houver uma boa oportunidade de captação por meio de debêntures de infraestrutura, a empresa está aberta.
A Renova, como a maioria das empresas do setor de energia, tem recorrido às linhas tradicionais de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), principal fomentador do setor. Becker lembrou que, a exemplo do memorando de entendimento que a empresa fechou com a Alstom de maneira “inovadora” – pois a empresa comprou os equipamentos antes mesmo de licitar os projetos -, como ele qualificou, a companhia teria a mesma crença em novas maneiras de fazer operações financeiras estruturadas.
Nesta terça-feira (06/02), o ministro da Fazenda Guido Mantega reforçou a criação do mecanismo de financiamento de projetos de infraestrutura por meio da emissão de debêntures. “Ela tem um potencial grande para as empresas captarem recursos”, afirmou o representante do ministério ao mencionar que o país está em processo de reconhecimento do novo mecanismo, sendo que o mercado pode ajudar. “Então você tem várias modalidades de financiamento que já garantimos”, disse.
Hoje, o Ministério de Minas e Energia (MME) definiu como prioritária a construção de parques eólicos que somam 132MW de capacidade. Com isso, estes parques, de responsabilidade da Santa Vitória do Palmar Holding, composta pelas empresas Rio Bravo Energia (51%) e Eletrosul (49%), estão aptos a captar recursos por meio da emissão de debêntures de infraestrutura.