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Com ameaça de greve, TRT convoca Sinergia e Energisa para mediar negociação salarial

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, desembargador João de Deus Gomes de Souza, convocou os representantes do Sinergia e da Energisa para uma reunião sobre a negociação salarial, após a ameaça de greve da categoria. O encontro ocorreu nessa terça-feira (11), na sede do TRT 24ª Região, em Campo Grande.

O presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas, os diretores Elizete de Almeida, Aldo Aristimunho e Pedro Moysés, o assessor jurídico Alexandre Cantero, do escritório Morais e Cantero, e a supervisora técnica do escritório regional do Dieese, Andreia Ferreira, participaram da reunião. Como representantes da concessionária de energia, estavam o presidente da Energisa-MS, Marcelo Vinhaes, o gerente jurídico David Rodrigues, e o advogado trabalhista Guilherme Batistoti.

Na ocasião, os dirigentes sindicais apresentaram as reivindicações da categoria, como o aumento real e a manutenção de todos os direitos adquiridos. O presidente da Energisa-MS, Marcelo Vinhaes, informou que não tinha autonomia para manifestar nenhum avanço, mas propôs uma nova reunião com o sindicato.

“O sindicato considera positiva a intervenção do poder judiciário como mediador desse conflito, para tentar chegar num consenso, e espera que na próxima reunião ocorra algum avanço no sentido de chegar a uma conciliação”, avaliou o assessor jurídico do Sinergia-MS, Alexandre Cantero.

O Sinergia-MS já realizou seis rodadas de negociação da Campanha Salarial 2018/2019 com a empresa e não chegou a um acordo. A concessionária de energia se recusa a conceder aumento real e, conforme o sindicato, ainda ameaça retirar direitos. A próxima rodada de negociação com a empresa será na sexta-feira, dia 14 de dezembro.

“Esperamos que a empresa traga uma proposta nova para categoria apreciar, que contemple as reivindicações dos trabalhadores, até em respeito a essa atitude do poder judiciário trabalhista”, enfatiza o assessor jurídico do sindicato.

Cantero lembra ainda que, antes de qualquer decisão, a proposta será apreciada pela categoria. “O sindicato seguirá a deliberação da categoria, no sentido de aprovar a proposta, caso ocorra avanço, ou de rejeitar e deflagrar o movimento paredista, exercendo o direito constitucional de greve nos termos da lei”, esclarece.

Impasse

A Energisa-MS registrou lucro líquido de R$ 115,5 milhões nos primeiros 9 meses de 2018, o que representa aumento de 96,8% em relação ao mesmo período do ano passado. “Nós esperamos que a empresa reconheça o valor da dedicação dos trabalhadores, especialmente diante desses resultados financeiros”, explicou o presidente do sindicato, Elvio Vargas.

Na reunião com o presidente do TRT, o sindicato registrou o inconformismo em relação ao uso de forças policiais para intimidar os trabalhadores. “Nosso movimento sempre foi pacífico, e sempre contou com a adesão espontânea dos trabalhadores”, disse Elvio.

Mortes

O Sinergia-MS aproveitou também para manifestar, mais uma vez, a preocupação com a alta rotatividade de funcionários na empresa e a morte de eletricistas. “Lamentamos a morte do Ronaldo e estamos acompanhando a situação do Lindomar. Hoje a média é de uma morte por ano. A empresa precisa investir mais em treinamentos, precisa melhorar os treinamentos e contratar mais pessoas”, pontuou Elvio Vargas.

No dia 3 de dezembro, o eletricista Ronaldo Fiori Figueiredo, de 32 anos, morreu após receber uma descarga elétrica durante a execução do trabalho na região de Sete Quedas. O eletricista Lindomar Ferreira de Lima, conhecido como “Balsinha”, que trabalhava com Ronaldo, sofreu diversas queimaduras e está internado em estado grave na Santa Casa.

Para o sindicato, demissões, treinamentos insuficientes e pressão por resultados potencializam os riscos e provocam o aumento de acidentes com mortes.

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do Sinergia

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