Há cerca de dois meses, a Energisa em Mato Grosso do Sul realizou a premiação do projeto “Sinergisa Máxima”, em que foi reconhecido e premiado o trabalhado desenvolvido pelos trabalhadores da concessionária. O campeão do projeto do ano de 2016 foi o engenheiro agrimensor Manuel Agostinho de Miranda Neto, que através de ligações conseguiu conscientizar o maior número de consumidores a quitarem os pagamentos das contas de luz em atraso.
Manuel Agostinho foi premiado com uma televisão e uma placa de reconhecimento com a seguinte frase: “Pelo grande empenho e dedicação aos valores da empresa, nosso reconhecimento à sua contribuição com o Projeto Sinergisa Máxima”.
No entanto, apesar da premiação e do trabalho dedicado desde 2009 na concessionária, Manuel Agostinho foi demitido no dia 12 de abril, com a alegação da empresa de reestruturação.
Mas, para a diretoria do Sinergia, o que chama atenção é demitir um funcionário premiado há apenas dois meses, que cumpre com as metas, e sendo o único do setor a desenvolver o trabalho de cartografia. Lembrando que Manuel Agostinho é Engenheiro Agrimensor com Pós-graduação em Geografia e Meio Ambiente.
Para o sindicato, esta é mais uma demonstração da incoerência da gestão da Energisa. Desde 2014, a empresa já demitiu 471 trabalhadores em Mato Grosso do Sul. Uma alta rotatividade que prejudica a qualidade do atendimento prestado à população.
Só que no dia 23 de fevereiro deste ano, o diretor-presidente da Energisa em Mato Grosso do Sul, Gioreli de Sousa Filho, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa. Gioreli explicou as demissões ocorridas de 2014 até o momento. “Precisávamos de uma oxigenação do quadro e cobramos produtividade, porém houve quem não quis cumprir metas. Primamos pela qualidade”, argumentou.
Se a Energisa cobra produtividade, o sindicato questiona então: como pode demitir um funcionário premiado com quase 10 anos de casa? O vice-presidente do Sinergia, Élvio Vargas, também ocupou a tribuna da Assembleia, no dia 21 de fevereiro, para denunciar o que se chama de precarização dos serviços da Energisa no Estado. Élvio reafirmou a política de demissão continuada dos funcionários experientes e a substituição por novatos com pouca ou nenhuma experiência, ganhando salários menores.
“Cada semana mandam dois, três antigos embora. A rotatividade é muito grande. Com isso, o funcionário não adquire a experiência necessária pra prestar um bom serviço e o resultado estoura no consumidor, que é mal atendido”.
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