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Diretores do Sinergia-MS realizam segundo dia de debates para a Campanha Salarial da Energisa

Nesta quinta-feira, dia 19 de agosto, os diretores do Sinergia-MS da capital e do interior do Estado participaram do segundo dia de debates da oficina de planejamento para a Campanha Salarial da Energisa 2021/2022. O encontro acontece por videoconferência.

Os trabalhos foram coordenados pelas economistas e técnicas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Renata Belzunces e Andreia Ferreira. Entre os temas debatidos estão os aspectos positivos e negativos que interferem nas negociações salariais e o desempenho econômico da Energisa-MS.

“Nesse segundo dia de oficina, observamos os dados econômicos da Energisa que mostram que, mesmo com a pandemia, a empresa continua com lucros expressivos”, comentou o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.

A supervisora técnica do escritório regional do Dieese em Mato Grosso do Sul, Andreia Ferreira, apresentou informações sobre a situação financeira da Energisa-MS, que registrou lucro líquido de R$ 138,8 milhões apenas no segundo trimestre de 2021, o que representa um crescimento de 335,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

No acumulado do primeiro semestre de 2021, o lucro da Energisa somou R$ 259 milhões, um aumento de 122% em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Apenas a distribuição do lucro aos trabalhadores com a PLR não é suficiente, porque é uma remuneração variável que não compõe para fins de previdência, ou seja, o trabalhador acostuma com um padrão de vida melhor, e depois cai, especialmente num momento que mais precisa, que é da aposentadoria. Esse lucro da empresa, conquistado graças aos trabalhadores, precisa ser traduzido em melhores salários e ampliação de direitos”, avalia Andreia Ferreira.

No dia 12 de agosto, o Conselho de Administração da Energisa aprovou a distribuição de um montante de R$ 138,8 milhões em dividendos aos acionistas.

“Além do lucro, o que chama a atenção é a voracidade da distribuição de dividendos. Essa distribuição de dividendos tem sido a prioridade das empresas, enquanto isso os trabalhadores ficam à mercê da correlação de forças e dos ataques aos direitos trabalhistas. É correto, é justo, é equilibrado que a Energisa distribua os seus ganhos com os trabalhadores que foram os grandes responsáveis para que isso ocorresse”, avalia a técnica do Dieese, Renata Belzunces.

Inflação

Outro ponto destacado pelas economistas é que o poder de compra dos trabalhadores tem sido corroído pela inflação, especialmente em itens básicos como a alimentação.

Em julho, a cesta básica em Campo Grande custou R$ 588,84, esse valor compromete 57,87% do salário mínimo líquido. A inflação acumulada em 12 meses é de 22,73%, conforme dados do Dieese.

Em âmbito nacional, o INPC atingiu 9,85% em julho de 2021, sendo que o grupo de alimentação e bebidas registra 14,26% no acumulado dos últimos 12 meses.

Direitos

Na avaliação de Renata Belzunces, a participação da categoria junto ao sindicato é fundamental para a manutenção e a ampliação dos direitos em um cenário de retirada e de mudanças na legislação, tanto por meio da reforma trabalhista quanto pela MP 1045, com tendências para a precarização, flexibilização e diminuição de salários.

“Precisamos entender que o problema do país não é o custo da mão de obra, esse é um item que se coloca no custo Brasil, de que com menores salários e menos direitos a gente gera mais empregos e oportunidades, contudo, não é isso que observarmos na nossa realidade. O Dieese considera que essa é uma lógica que só serve para a retirada de direitos”, avalia a economista.

Nesta sexta-feira, dia 20, os diretores do Sinergia-MS seguem com as discussões e definições das estratégias da Campanha Salarial da Energisa.

Leia mais: Sinergia-MS inicia oficina de planejamento para Campanha Salarial da Energisa 2021/2022

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS

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