Trabalhadores do Grupo Eletrobrás respondem com greve em todo país a indiferença da nova direção
Os trabalhadores do Grupo Eletrobrás paralisaram suas atividades em todo país nesta quinta-feira, dia 29, em protesto contra a forma desrespeitosa como vem sendo conduzida às negociações do ACT 2008/2009. O vigor desta greve, que apresenta 100 % de adesão em média, demonstra que a categoria quer um outro patamar nas discussões, ou seja, uma postura de respeito da nova Direção da holding. Somente assim será possível avançar em questões fundamentais para os trabalhadores, como ganho real, fim da CCE-09 e 10, unificação dos benefícios, dentre outras reivindicações.
De acordo com o coordenador da Intersul, Sigval Schaitel, a paralisação aconteceu de forma intensa em toda região Sul. “A nossa avaliação é bastante positiva, o quadro geral é de 95% e nas áreas de manutenção 100% de paralisação, fato que comprova a capacidade de mobilização dos trabalhadores”, disse ele.
Para Antônio Maria da Intersindical Furnas, o sucesso da paralisação se deve a total insatisfação dos trabalhadores. “Em Furnas tivemos um movimento tranqüilo nos piquetes, o quadro é de total sucesso, até mesmo porque a categoria está ciente de que a nova Direção da Eletrobrás vem atuando de forma errada nas discussões, ignorando os seus trabalhadores na mesa de negociação”, afirmou.
A paralisação pelo seu caráter nacional traz a avaliação de cada região. Edney Martins, do STIU-AM, diz que o êxito foi total na capital e também no interior, fato inédito no Estado.
Em Alagoas foi realizado ato na porta da Ceal, com a presença de banda de música para animar o piquete, segundo a Presidente do Sindicato dos Urbanitários, Amélia Fernandes, a paralisação foi tranqüila, inclusive na Chesf, com adesão expressiva dos trabalhadores.
Ainda no Nordeste o diretor do Stiupe e membro da Intersindical Nordeste, , André Melo, avalia como positiva a paralisação no Estado. “Os trabalhadores compreenderam o momento difícil e abraçaram a luta no interior e na capital”, disse. A mesma linha de avaliação tem o coordenador do Sindinorte, Fernando Pereira. “Ficou claro que o trabalhador reprova a atitude da nova Direção da Eletrobrás, a resposta foi à paralisação de 100% na região, com a exceção Roraima e Acre, que fizeram à troca de turno. Nesse sentido a nossa avaliação é altamente positiva”, declarou.
No Rio de Janeiro de acordo com os diretores do Sintergia-RJ, Jorge Luis, Emanuel Mendes e Urbano do Vale, o CEPEL e Furnas tiveram paralisação total, com apenas à troca de turno como estava previsto. Na Eletrobrás nem mesmo os diretores conseguiram entrar para trabalhar, além disso a categoria aprovou em assembléia pela não aplicação da lista de essencial, o que mostra a gana dos trabalhadores. Na Eletronuclear por se tratar de uma usina, houve certo tensionamento na entrada, fato que foi logo contornado pelo sindicato.
A Direção da Eletrobrás terá uma nova oportunidade de rever suas posições na reunião do dia 04 de junho, em Brasília. Os trabalhadores já mostraram sua disposição para a luta, com muita mobilização e unidade, aprovando em assembléia em vários estados novas paralisações de 48 horas nos dias 9 e 10 de junho.
Fonte:FNU
QUADRO NACIONAL
ESTADOS
ACRE – 95%
ALAGOAS – 90%
AMAPÁ – 95%
AMAZONAS – CAPITAL 90% E INTERIOR 100%
BAHIA – 100% INCLUSIVE EM PAULO AFONSO E SOBRADINHO
BRASILIA – DF – 100%
CAMPINAS – 99%
CEARÁ – 100%
ESPIRITO SANTO – 95%
MARANHÃO – 100%
MATO GROSSO – 100%
MATO GROSSO DO SUL – 100%
MINAS GERAIS – 100%
PARÁ – 100%
PARANÁ – ELETROSUL – 95%
PARANÁ – FURNAS – 95%
PERNAMBUCO – 100%
PIAUI – 97%
RIO DE JANEIRO – 100%
RIO GRANDE DO SUL – 95%
RONDÔNIA – 90%
RORAIMA – 60%
SANTA CATARINA – 95%
TOCANTINS – 100%