Metas, prazos, demandas infinitas. Como está a sua rotina no trabalho? E na vida? No mês de janeiro, muita gente se reorganiza, faz planos, estabelece objetivos e até mesmo mudança de hábitos para o ano novo.
É também um momento oportuno para refletir sobre a sua saúde mental. O movimento Janeiro Branco chama a atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas.
Com relação ao ambiente de trabalho, a diretora do Sinergia-MS, Alicéia Araújo, comenta que, ao contrário do que muitas empresas disseminam aos trabalhadores, não existe uma “competição saudável”.
“Uma empresa é totalmente colaborativa, mesmo assim, a competição é incentivada. Isso é um equívoco, para uma organização funcionar, para que todos alcancem resultados, é preciso a colaboração de cada trabalhador”, pontou a dirigente sindical.
A partir da ideia de competição, são estabelecidas metas cada vez maiores e o foco é a performance, o desempenho individual, sem os devidos cuidados com a saúde do trabalhador. “As empresas são voltadas para resultado, mas não pode ser um resultado a qualquer custo. O custo da saúde é muito alto e resulta em afastamentos”, acrescenta Alicéia Araújo.
No ano passado, a Síndrome de Burnout passou a ser considerada como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença é “resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”. Está relacionada especificamente a fenômenos no contexto ocupacional.
Afastamentos por transtornos mentais
O número de trabalhadores e trabalhadoras afastados por ansiedade, depressão e outros transtornos metais aumentou mais de 50% nos últimos cinco anos, no Brasil. Em 2015, foram afastados 170.830. Em, 2020, foram 289.677.
Os dados são resultado de uma análise sobre os afastamentos por incapacidade temporária (auxílio-doença) realizada pela Assessoria de Saúde e Previdência da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT de São Paulo (FETQUIM/CUT/Intersindical).
Sinais de alerta
A psicóloga Yana Pissini explica que a ansiedade, o estresse e a tristeza são sentimentos que fazem parte da vida das pessoas em situações específicas, por exemplo, a morte de uma pessoa próxima, o fim de um casamento ou um outro acontecimento que pode causar sofrimento.
“Agora, existem tristezas que são persistentes e não são normais, tornam-se cotidianas sem motivo. Se a pessoa tem variação de humor e fica ansiosa sem ter um fato específico é um sinal de alerta. Para identificar se tem algo errado, precisamos observar a frequência, a intensidade disso e o nível de incômodo, o quanto isso tem atrapalhado a vida da pessoa”, explica Yana Pissini.
É importante sempre buscar ajuda profissional para realizar o diagnóstico correto e o tratamento adequado, caso seja necessário.
A vida pede equilíbrio
A diretora do Sinergia-MS, Alicéia Araújo, comenta que existem ideias disseminadas na sociedade atual que prejudicam a saúde mental, como “Trabalhe enquanto eles dormem” e “Estude enquanto eles se divertem”.
“São frases que levam as pessoas à exaustão, ao adoecimento físico e mental. Precisamos descansar. Se você trabalha em excesso para não ser demitido, fica doente, e aí acaba sendo demitido doente”, destaca a dirigente sindical.
O tema deste ano da campanha Janeiro Branco é “A vida pede equilíbrio!” para destacar a importância de dedicar o tempo e a energia para as diferentes necessidades pessoais e profissionais.
“A saúde mental vai depender basicamente do equilíbrio entre vida pessoal, lazer, família e trabalho. Contudo, há pessoas que mesmo tentando manter esse equilíbrio podem desenvolver algum problema de saúde mental, por questões genéticas ou outros fatores”, explica a psicóloga Yana Pissini.
Texto: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS