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Maioria dos deputados é contra a privatização da Eletrobras, indica pesquisa

Quase 60% dos 153 deputados são contrários à privatização da Eletrobras

Pesquisa da consultoria política Arko Advice, feita com 153 deputados de 24 partidos, revelou que 57,5% dos deputados são contrários à privatização da Eletrobras e acreditam que a privatização não sairá este ano. A pesquisa mostrou ainda que 42,5% deles são favoráveis a privatização da empresa e 47% não se opõem a desestatização das seis distribuidoras em poder da estatal.

Lucas de Aragão, diretor da Arko Advice, considera que “essa privatização não é considerada uma prioridade para a população, que teria outros temas mais importantes para se debruçar”.

Aragão ressalta que haverá pressão por parte dos deputados na Comissão constituída na Câmara dos Deputados para analisar o projeto de lei (Projeto de Lei 9463/18) sobre a venda da Eletrobras. As maiores resistências estariam nas bancadas do Nordeste, por conta da Chesf, de Minas Gerais, pelas usinas de Furnas que ficam no estado, e na região Norte. O calendário eleitoral também pode aparecer como obstáculo ao processo.

Comissão especial adiada

Na última terça-feira (dia 6), a instalação da comissão especial que vai analisar o projeto de lei de privatização da Eletrobras (ELET3) foi adiada. A decisão foi tomada pelo deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP), decano da comissão e membro da base aliada, o que mostra que o governo deve enfrentar dificuldades para aprovar o projeto neste ano.

O deputado decidiu acatar uma questão de ordem apresentada pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), da oposição. Em uma manobra para obstruir as discussões, Chinaglia mencionou o regimento interno da Câmara e disse que a comissão especial do PL da Eletrobras não poderia funcionar antes que as comissões permanentes da Câmara fossem instaladas. Isso porque, segundo ele, o regimento prevê que metade dos membros da comissão especial devem ser membros das comissões permanentes.

A comissão especial do PL da Eletrobras é uma comissão temporária, criada para acelerar a tramitação do projeto. Na prática, a comissão especial evita que o projeto tenha que passar por análise e votação de cada uma das comissões separadamente, um processo que pode levar meses.

Também de acordo com o regimento interno da Casa, antes que a comissão especial seja oficialmente instalada, quem preside os trabalhos é o decano da comissão – neste caso, Marchezelli.

No comando dos trabalhos, Marchezelli disse que havia duas irregularidades na sessão. Uma delas era a questão das comissões permanentes ainda não instaladas. A outra, na avaliação dele, é que foi registrada a presença de 18 deputados, quórum mínimo necessário para abrir as discussões, mas, em seguida, verificou-se a presença de apenas 16 parlamentares.

“Não pode começar a discussão de uma privatização dessa envergadura desse jeito”, afirmou. O governo deve recorrer da decisão de Marchezelli. A decisão final sobre o imbróglio deve ser tomada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Relator do projeto, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) lamentou o adiamento do início das discussões sobre a privatização da Eletrobras. “Não é a que eu tomaria, mas respeito”, afirmou. Ainda não há previsão sobre quando os trabalhos da comissão devem ser retomados. “Espero que o mais rápido possível”, disse.

A decisão de Marchezelli foi comemorada por sindicalistas e trabalhadores que estavam no plenário, com gritos de “Eletrobras é nossa” e “Fora Temer”.

Fonte: FNU e Infomoney

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