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Noticias da Eletrosul

Trabalhadores suspendem greve e continuam atentos

Boletim 098.08                                                    quinta-feira                                                   27-11-08

Estas e outras notícias de interesse dos eletricitários estão na página da Intersul: www.intersul.org.br


Nas assembléias realizadas na última segunda-feira, dia 24, pelos sindicatos integrantes da Intersul, os trabalhadores da Eletrosul decidiram, por maioria de votos, suspender a greve por tempo indeterminado prevista para iniciar na manhã desse mesmo dia. Mesmo suspendendo a greve, várias assembléias propuseram outros encaminhamentos, no sentido de manter a vigilância e buscar avanços para os trabalhadores que não foram considerados nas propostas da empresa, especialmente os lotados na área administrativa, entre outros. Entre vários questionamentos feitos nas assembléias, um deles se refere às repercussões das movimentações, promovidas pela empresa, na Fundação ELOS e no processo de aposentadoria de todos os eletricitários.

Como tudo aconteceu

Depois de intensa mobilização dos trabalhadores da Eletrosul, com manifestações fortes em quase todas as áreas da empresa, e já com decisão tomada de greve por tempo indeterminado para iniciar no dia 24 de novembro, a diretoria da Eletrosul apresentou nova proposta aos trabalhadores (divulgada no dia 19). A partir das movimentações promovidas pela diretoria da empresa, que incluíram aumento salarial médio de 21% para gerentes, anunciadas em 14 de outubro, gerou-se na empresa um clima de indignação, revolta e muita tensão. Os trabalhadores, contudo, assumiram seu papel e mostraram que é possível, mesmo diante de grande adversidade, se construir coletivamente a coragem e o compromisso solidário.

Os sindicatos integrantes da Intersul, que aguardavam respostas da empresa para a segunda quinzena de outubro, também foram surpreendidos pela ação da diretoria da empresa, mas com a maioria dos trabalhadores, não aceitaram a forma como esse processo se deu. A partir daí iniciou-se um movimento de contestação e reivindicação dos trabalhadores, com um envolvimento que há anos não se registrava. Um dos momentos marcantes desta luta foi o ato unificado na Sede, no dia 22 de outubro, com a presença de trabalhadores de diversas áreas (Sede, Sertão, Palhoça, Biguaçu, Blumenau, Joinville, Capivari de Baixo).

A empresa vem agindo de forma a tentar segregar os trabalhadores, através de variadas formas. Os sindicatos, por sua vez, apontam o caminho da unidade, do compromisso e da solidariedade como saída para a categoria. Nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que se enfrente – com isso em mente, e cada um assumindo seu papel, tanto direção dos sindicatos quando trabalhadores, o debate e a luta vêm sendo feitos.

Na reunião realizada com os sindicatos componentes da Intersul, na tarde do19/11, na sede da Eletrosul, a empresa, representada pelo diretor Paulo Afonso, assessorias e DGP, apresentou sua proposta às reivindicações da categoria. Para cada item apresentado, os dirigentes da Intersul tiraram dúvidas, questionaram e apresentaram argumentos, insistindo sempre na proposta feita pelos trabalhadores (síntese das reivindicações constantes da pauta/data-base 2008/09). O boletim Eletrônico da Intersul reproduziu a proposta dos trabalhadores e a resposta da empresa (veja em www.intersul.org.br). Abaixo, apresentamos de forma resumida as respostas da empresa.

Respostas da empresa às propostas da Intersul

a. Empregados Classe 4, na área administrativa, formação técnica ou universitária, passariam para a Classe 5. > Negou a reivindicação para este grupo. Respondeu que a defasagem apresentada na pesquisa (5,3% – classe 4) não é uma margem que justificaria correção; que segundo a pesquisa estariam acima da média de mercado; que não há estudos enfocando este grupo.

b. Empregado Classe 4, na área técnica-operacional, com formação técnica, passariam para a Classe 5. > Atendeu esta reivindicação; vai buscar alternativa para quem concluirá o projeto Educar.

c. Empregados com formação técnica ou universitária com no mínimo 3 anos na Classe 5, passariam para a Classe 6; os que tiverem no mínimo 6 anos na classe 5 e os que tiverem no mínimo 3 anos na classe 6 passariam para a Classe 7. > Atendeu para quem está na classe 5 e tem formação técnica. Em relação à mudança para a classe 7 não atendeu; disse que na carreira de nível médio a função do trabalhador (encarregado) é o que possibilita o acesso à classe 7.

d. Chefe de turno, Chefe de equipe e Inspetor de LT, passariam para a Classe 6, recebendo, no mínimo, 3 níveis. > Atendeu para chefe de turno e chefe de equipe (técnicos), que passam para a classe 6, com no mínimo um nível. Não atendeu a questão do inspetor de LT.

e. Operadores do COT passariam para a Classe 7. > Não atendeu. Os Operadores, que possuem curso técnico, irão para classe 6, com um nível pela mudança de classe.
f. Ao Chefe de Turno do COT seria garantido no mínimo de 5 níveis salariais em relação ao inicial da Classe 7. > Atendeu parcialmente. Os Chefes de Turno irão para o inicial da classe 7, com 1 nível pela mudança.

g. Encarregados, passariam para a Classe 7, garantindo o mínimo de 3 níveis salariais. > Atendeu parcialmente. Os encarregados da área técnica foram atendidos (com pelo menos 1 nível); os da área administrativa estão fora.

h. Classe 7 – nível médio: aplica-se 3 níveis salariais com o objetivo de cobrir a defasagem verificada na pesquisa. > Atendeu parcialmente, com aplicação de 1 nível; disse que isso resolve a defasagem.

i. Classe 7 – nível universitário: passaria a ter como piso para todos os cargos o piso salarial aplicados aos empregados engenheiros. > Não atendeu; disse que manterá a sistemática atual (piso diferenciado).

j. Classe 8 – universitários pleno teria a aplicação de 4 níveis salariais com o objetivo de cobrir a defasagem salarial verificada na pesquisa. > Atendeu parcialmente; disse que isso resolve a defasagem.

k. Que os critérios de tempo no cargo ou na função, usados nas movimentações já realizadas (80 meses para seniores classe 9; 40 meses para chefes de setor), sejam aplicados para todos os empregados quando adquirirem a mesma condição. > Atendeu parcialmente. No caso dos chefes de setor, o critério dos 40 meses fica mantido. Já seniores (classe 9), o tempo de 80 meses torna os trabalhadores elegíveis, mas não garante a movimentação.

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