Dirigentes se colocaram contra o aumento das terceirizações e a demissões nas empresas
Foi realizada na segunda-feira, dia 28 de outubro, no Rio de Janeiro, uma importante reunião com os diretores do Grupo Energisa, provável novo controlador do Grupo Rede, Claudio Brandão Silveira, Diretor de Finanças Corporativa e Mauricio Perez Botelho, Vice Presidente Financeiro e Relação com Investidores. Alem da Energisa, também participaram da reunião o FI/FGTS (Fundo de Investimento do FGTS) através do Superintendente Flavio Arakaki e do presidente do Conselho Curador Jacy Afonso, além dos dirigentes sindicais, Franklin Moreira, presidente da FNU, Elvio Marcos Vargas, presidente do Sinergia-MS e Secretário de Relações do Trabalho da FNU, Edmar Feliciano, presidente do SindPrudente e Sérgio Fernandes, do STEET (Tocantins).
Os representantes dos trabalhadores ouviram atentamente as explicações do presidente do Conselho do FI-FGTS, Jacy Afonso e do superintendente da Caixa, Flavio Arakaki, sobre os investimentos do fundo no Grupo Rede através dos novos controladores. Porém, alertaram para a importância de que esse aporte de recursos venha atrelado a contrapartidas que atenda as demandas dos trabalhadores como as questões estratégicas que são o compromisso dos patrões em não demitir e precarizar as condições de trabalho, uma prática sempre utilizada pela direção do Grupo Rede, ou seja, que não venha a ser apenas mais um investimento para faturar com a lucratividade do setor, haja vista que a origem do dinheiro do FI é do trabalhador. Outro ponto em questão é o reconhecimento de uma intersindical para negociações, como acontece, por exemplo, na Eletrobrás e nas empresas do Grupo Neoenergia.
Durante a reunião os dirigentes sindicais lembraram aos diretores da Energisa as ações temerárias praticadas pela gestão do Grupo Rede, como a transferência de recursos das empresas para a Holding, que nunca retornavam, ação essa que ocasionou a sua falência e a consequente intervenção da Aneel no Grupo, que determinou sua recuperação judicial, com a venda, por exemplo, da Celpa para a Equatorial, trazendo enormes prejuízos para os trabalhadores da empresa. Outra questão importante que foi levantada pelos sindicalistas foi a centralização de gestão feita pelo Grupo Rede em que a própria ANEEL avalia como negativa. Os Sindicalistas exigiram a manutenção das estruturas das empresas com autonomia e garantia dos postos de trabalho.
Os diretores da Energisa afirmaram que não trabalham com a perspectiva da terceirização, mas sim da valorização do quadro próprio, inclusive com a intenção de primarizar os serviços terceirizados e que algumas situações na Paraíba, foram pontuais, pelo fato da privatização ser recente naquele momento. Segundo os representantes da empresa a aposta da Energisa é pelo fortalecimento em longo prazo do grupo Rede, pois existe um potencial de crescimento muito grande para o setor.
Na oportunidade os dirigentes da Energisa se comprometeram a não interferir nas negociações em andamento dos acordos entre os sindicatos e os interventores do Grupo Rede na Enersul e na Cemat.
A FNU e os sindicatos consideram que essa primeira reunião foi positiva, pois foi possível saber um pouco sobre as estratégias de gestão e recursos humanos, que serão colocadas em prática pelos novos controladores do Grupo Rede. Além disso, as entidades puderam reafirmar suas bandeiras de luta contra as demissões e as terceirizações. Alertando, que os trabalhadores estão organizados e prontos para lutar pelos seus direitos.