Em entrevista ao site de notícias “Brasil de Fato”, o diretor do Sindicato dos Eletricitários do Rio de Janeiro e da Associação de Empregados da estatal, Emanoel Mendes, falou sobre os prejuízos da privatização do setor elétrico na vida dos brasileiros.
Segundo Emanoel Mendes, a expectativa é que a categoria consiga barrar esse processo de privatização e que o presidente da estatal, Wilson Pinto, peça demissão da direção da Eletrobras. “Temos uma pauta que primeiro é lutar contra a privatização da Eletrobras e, segundo, pedir a saída do presidente da empresa, o senhor Wilson Pinto. Não dá pra querer fazer a privatização de uma empresa que vale R$400 bilhões, querer vender por R$12 bilhões e em menos de 6 meses. Isso a gente não aceita”, ressaltou.
Leia a entrevista:
Uma das estratégias da privatização é o sucateamento da estrutura das empresas públicas. Qual a situação das empresas do sistema Eletrobras?
Hoje o que está acontecendo é que o senhor Wilson Pinto tem vendido para a sociedade que a Eletrobras é ineficiente. É mentira. E uma mentira deslavada. A Eletrobrás hoje controla quase 1/3 da geração de energia elétrica desse país e não faltou energia nesses últimos anos para a sociedade brasileira. Muito pelo contrário. Todo o investimento que foi feito em geração e transmissão a Eletrobras estava fazendo sozinha ou em parceria com o setor privado.
Se as empresas do sistema Eletrobras forem privatizadas qual será o impacto na vida das pessoas?
O primeiro impacto para a sociedade é um aumento na conta de luz, já estudado inclusive pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regula o setor, um reajuste de aproximadamente 20% na conta de luz da população brasileira. Com as usinas, a Eletrobras vende energia para o mercado cativo a R$40 MWh. Se a empresa for privatizada, isso vai para o mercado livre que vai vender a energia para a população a R$200 MWh. Ou seja, vai ter uma diferença aí de 160%. E ai quem vai pagar essa conta? A população brasileira. Vai ao mesmo tempo aumentar o preço da energia e precarizar o serviço para a população.
Fonte: Brasil de Fato