Os diretores do Sinergia-MS participaram do Curso de Formação Sindical realizado nesta quinta (15) e sexta (16). São dois dias de palestras e debates, no Hotel Chácara do Lago, em Campo Grande.
A capacitação conta com a participação de 25 dirigentes sindicais da capital e do interior do Estado. “Diante de um novo modelo de trabalho, de uma remodelação das empresas, a gente tem que se renovar também, aprender novas técnicas de abordagem e negociação e de relacionamento com o trabalhador. Temos a preocupação de formar os novos dirigentes, que integram a atual diretoria, e reciclar também os antigos”, explica o presidente Sinergia-MS, Francisco Ferreira.
Para a dirigente sindical, Aliceia Alves Araújo, a análise histórica e política da atuação sindical é fundamental para politizar e conscientizar a categoria sobre avanços e retrocessos.
“Por que ganhamos tão pouco, por que é tão difícil avançar com as nossas conquistas, por que levamos tanto tempo para conquistar um direito e é tão fácil perder? Porque existe um plano político por trás, precisamos estar atentos a isso para dialogar com a base, manter a união e lutar pelos nossos direitos”, avalia a diretora do Sinergia-MS.
Entre os novos diretores do sindicato está Jefferson Roberto, que participa pela primeira vez do curso. “Foram abordados temas relevantes, desde a história do sindicato, onde estamos e onde devemos chegar até as formas de relacionamento com os trabalhadores, inclusive aqueles que não entendem a importância do sindicato. Gostei muito do curso”, destaca o dirigente sindical.
A diretora Elinei Campos acredita que a capacitação contribui para orientar e melhorar a atuação dos dirigentes sindicais. “A discriminação, como o preconceito de gênero, foi um dos temas que me chamou a atenção, a aceitação das diferenças é um ponto que precisa ser melhorado de forma geral. Acredito que temos que estudar questões históricas e, principalmente, entender como podemos atuar no dia de hoje, enfrentar os desafios do mundo que estamos vivendo”, afirma a dirigente sindical.
Conjuntura e cotidiano do trabalhador
Entre os palestrantes estava o diretor executivo da CUT Nacional, Marcelo Fiorio, que abordou temas políticos e econômicos que têm impacto direto no dia a dia dos trabalhadores.
Entre os aspectos positivos, Fiorio citou dados que mostram a recuperação econômica do país, como a redução da taxa de desemprego; a redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha; e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“O Brasil teve o quarto maior crescimento do mundo no primeiro trimestre. […] Também temos categorias que negociaram esse ano e já conseguiram aumento real, e temos o maior ganho real no salário mínimo em 11 anos”, pontua o diretor executivo da CUT Nacional.
O Brasil também avançou na perspectiva para a nota de crédito, conforme avaliação da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), saindo de ‘estável’ para ‘positiva’.
Por outro lado, Fiorio indicou pontos negativos como a disputa política no Congresso, que conta com um percentual significativo de parlamentares que não tem compromisso com as pautas dos trabalhadores, e a manutenção dos juros altos pelo Banco Central, que reduzem o poder de compra da população, aumentam o endividamento, prejudicam a expansão das empresas e, consequentemente, a geração de novos empregos.
“Precisamos conscientizar a população e denunciar essa ação do Banco Central. Tem que baixar os juros, estamos falando da maior taxa de juros do mundo, que é de 13,75%”, destaca.
Movimento sindical
O advogado, professor e educador da Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT (ECO/CUT), Jeová Simões, falou sobre as estruturas e a organização do movimento sindical (Sindicatos, Federações, Confederações, Centrais Sindicais, etc) e a importância do acordo coletivo.
“Se não há condições ideais com a presença do sindicato, sem o sindicato, a situação estaria bem pior. Então é preciso sempre lembrar o trabalhador das conquistas que vieram a partir do sindicato, como 13º salário, férias, jornada de trabalho”, explica.
Simões também falou sobre desemprego, preconceito, gênero, racismo e outros temas relacionados à atuação sindical. “Principalmente nos tempos que estamos vivendo hoje, com novas tecnologias e terceirização, é muito importante a existência e o fortalecimento do sindicato. O trabalhador mais jovem, as mulheres, todos precisam vir para o sindicato e sempre estudar, debater para construir um sindicato democrático”, pontua o professor.
Na programação, também teve um seminário com a secretária adjunta de formação da CUT Nacional, Sueli Veiga Melo. Foi realizado ainda um treinamento comportamental com o psicoterapeuta Francisco Teixeira, que abordou assuntos como a necessidade de se atualizar, o atendimento e a valorização do público interno, motivação para agir, unidade de grupo, construção da empatia, o pessoal e o profissional, separar pessoas do problema e concentrar-se nos interesses e não nas posições.
“Foi um momento importante para que a gente saiba como se comunciar melhor com a nossa base e como se comunicar melhor entre nós, diretores do Sinergia-MS, porque hoje a comunicação é o nosso grande desafio e é a nossa grande estratégia também”, acrescenta a diretora Aliceia Araujo.
Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação