Nesta segunda-feira (17), os trabalhadores da Energisa-MS aprovaram a proposta de pagamento das horas extras e compensação do banco de horas durante assembleia realizada pelo Sinergia-MS.
A votação ocorreu em formato virtual, por meio da plataforma zoom, por conta da pandemia do coronavírus. Na assembleia, a proposta teve aprovação de 68% dos participantes, rejeição de 32% e abstenção de 1%.
Com a aprovação, haverá alteração na compensação do banco de horas para os trabalhadores do setor operacional (eletricistas, técnicos e operadores do Centro de Operações Integrado – COI).
Ao invés de 1X2 (1 hora extra = 2 horas para compensação ou pagamento), a compensação passa a ser de 1×1, com um período de transição de um ano com a proporção 1X1,25.
Em contrapartida, os trabalhadores terão a garantia do pagamento integral de todas as horas extras emergenciais (domingos e feriados) e ainda, no mínimo, 50% das horas extras normais.
“Nós fizemos o debate com a categoria com muita transparência e responsabilidade e deixamos o trabalhador avaliar. Essa proposta tem o lado de perda, que é a compensação do banco de horas, e tem o lado de ganho, que é a garantia do pagamento das horas extras porque agora vai estar escrito no acordo coletivo”, informou o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.
O pagamento das horas extras é uma das bandeiras da última Campanha Salarial e uma reivindicação frequente da categoria. As alterações entram em vigor a partir de junho e serão inseridas ao ACT 2020/2021 da Energisa-MS por meio de um termo aditivo.
Para o Sinergia-MS, o ponto negativo foi a participação de apenas 178 trabalhadores na assembleia, mesmo com as visitas realizadas nas unidades da empresa na capital e no interior do Estado.
“A participação da categoria poderia ser maior, mas quem não participou não pode reclamar se foi uma decisão boa ou não porque teve a oportunidade de votar e não votou, tivemos bastante divulgação e debate sobre o tema”, afirmou Elvio Vargas.
Além do presidente do sindicato, os diretores Gilson Pereira, Breno Mourão, Francisco Ferreira, Alicéia Araújo, Valentim Rodrigues Delfino, Antonio Carlos Camuci e Roberto Schneidewind integraram a mesa da diretoria durante a assembleia.
O debate e a votação sobre a compensação do banco de horas e o pagamento de horas extras estavam previstos em acordo firmado entre o sindicato e a empresa, com a mediação do Tribunal Regional do Trabalho 24ª Região (TRT). O resultado da assembleia será enviado ao TRT para finalizar o processo de mediação.
Bate-papo
Antes da assembleia dessa segunda-feira (17), o Sinergia-MS realizou a última rodada de bate-papo com os trabalhadores no Centro Operacional da Energisa, em Campo Grande. O objetivo foi apresentar detalhes da proposta da empresa e esclarecer as dúvidas da categoria.
Durante os meses de abril e maio, os diretores do Sinergia-MS estiveram nas cidades do interior do Estado para falar sobre as alterações na compensação do banco de horas e o pagamento de horas extras. Todos os encontros foram realizados conforme os protocolos de biossegurança em razão da pandemia do coronavírus.
Transparência
Durante a assembleia, os diretores do Sinergia-MS informaram que já estão cobrando transparência da empresa em relação à quantidade de horas compensadas e quantidade de horas pagas. A reivindicação foi apresentada ao sindicato durante as visitas realizadas ao interior do Estado e também durante a assembleia.
De acordo com o presidente do sindicato, a Energisa-MS se comprometeu a buscar soluções para o controle e transparência das horas extras. Caso a empresa não resolva, o Sinergia-MS irá buscar alternativas para auxiliar o trabalhador.