Os servidores da MSGás foram surpreendidos com a proposta de Acordo de Confidencialidade a ser firmado entre a empresa e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o programa de desestatização.
A informação veio a público após a convocação de Assembleia Geral Extraordinária, publicada nesta quinta-feira (25), no Diário Oficial do Estado. Na publicação, o Conselho de Administração da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul convoca os acionistas da empresa para autorizar a assinatura deste Acordo de Confidencialidade em assembleia a ser realizada no dia 23 de fevereiro, às 14h30, na sede da MSGás.
A representante da comissão de servidores da companhia, que acompanha o processo de estudo para privatização, Angela Beatriz, relata que, no início do processo, o governo enfatizava que era só um estudo e não tinha nada definido, mas agora já se fala sempre em privatização e as informações não estão sendo repassadas à população sul-mato-grossense nem aos servidores. “Quase tudo a gente fica sabendo pela mídia, não sabemos o que está sendo negociado. Com esse acordo, vai ficar ainda mais difícil ter acesso às informações e isso causa uma sensação de instabilidade. Não sabemos o que está acontecendo, nem quando esse processo vai ser concluído”, disse.
O sindicato que representa os trabalhadores da MSGás (Sinergia-MS) critica a iniciativa do Governo do Estado. “Nós somos contra a privatização, a MSGás é uma empresa que dá lucro para o Estado, não tem necessidade de vender algo que está dando certo. É um patrimônio público que será entregue para a iniciativa privada”, ressalta o diretor do Sinergia, Elvio Vargas.
Privatização
Para o sindicato, a MSGás é uma empresa lucrativa e estratégica e a privatização pode encarecer e atrapalhar o desenvolvimento do Estado, além de precarizar as condições de trabalho com redução de salário, demissão de funcionários e contratação de mão de obra mais barata. A companhia apresentou nos últimos dois anos um aumento do lucro líquido de 154%. Conforme relatório anual, o lucro líquido da empresa foi de R$ 12,9 milhões em 2016.
O Governo do Estado tomou as primeiras medidas concretas rumo à privatização em agosto do ano passado, quando houve a abertura das propostas da licitação do BNDES para contratação de serviços relativos à implementação da desestatização da companhia.