Na manhã desta segunda-feira, dia 28, foram realizadas simultaneamente em todo o Estado assembleias com os trabalhadores da Energisa-MS. Em discussão, estava a proposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017.
Em votação, a proposta foi rejeitada por unanimidade no Centro Operacional da empresa em Campo Grande, e também nas cidades do interior do Estado. A Energisa-MS propôs reajuste de 7% nos salários, no piso e nos demais benefícios ; 7,5% no ticket alimentação; e manutenção dos direitos adquiridos.
A presidente do Sinergia-MS, Elizete Almeida, disse que a proposta era indecente, porque os trabalhadores iriam sair perdendo, já que não repõe nem mesmo o índice de inflação, que é de 8,50%. “Nós trabalhamos em prol desta empresa e merecemos mais. Tudo aumentou muito acima da inflação – supermercado, escola – e com esse índice apresentado, vamos acarretar em perda salarial. Não podemos permitir que a empresa retire os nossos direitos”, ressaltou.
Segundo Elizete, apesar do cenário econômico do país, o setor de energia está longe da crise. A sindicalista revela que a concessionária de energia elétrica do Estado apresentou um lucro em 2015 de R$ 109 milhões, um aumento de pouco mais de 230% se comparado com 2014. Já no primeiro semestre deste ano, o lucro já chegou a R$ 60 milhões.
Com a recusa desta proposta, agora o sindicato vai voltar a mesa de negociação com os representantes da empresa. Uma nova reunião está marcada para a próxima sexta-feira, dia 02 de dezembro. “Esperamos que a Energisa melhore esta proposta, caso contrário, vamos fazer uma nova assembleia com indicativo de greve. Precisamos estar unidos e mobilizados para evitar que os nossos salários sejam achatados e os nossos direitos retirados”, reiterou o vice-presidente do sindicato, Élvio Vargas. Depois desta rodada de negociação, uma nova assembleia com os trabalhadores será agendada.
Direitos trabalhistas
O vice-presidente do sindicato também aproveitou para informar a categoria quanto ao momento desfavorável aos trabalhadores, que estão sofrendo com ataques do Congresso e da própria justiça. Elvio lembrou que o STF julgou inconstitucional a desaposentação, prejudicando milhares que aposentado que continuam trabalhando e contribuindo para a previdência.
Quanto aos projetos que tramitam no Congresso Nacional, Élvio Vargas disse que o sindicato está mobilizado com as centrais sindicais para evitar que o projeto da terceirização seja aprovada no Senado. Ele citou ainda outras propostas que prejudicam os trabalhadores, como as reformas da previdência e a trabalhista. “É preciso que todos os trabalhadores estejam atentos e dispostos a se mobilizar para evitar que os nossos direitos sejam retirados”, concluiu.
Por: Tatiana Martins – Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS
