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Violações aos direitos e luta por dignidade: o que o 1º de Maio ainda tem para nos ensinar?

Nesta semana, o mundo parou para celebrar uma data que entrou para o calendário há mais de 100 anos. Em 1º de Maio de 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, um grupo de operários puxou um movimento grevista reivindicando a diminuição da carga horária de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Sem nem imaginar, eles davam início a um momento histórico que seria relembrado anualmente por todas as gerações futuras. 

Mais de um século depois deste episódio, o assunto ainda é muito atual. Mesmo com diversas mudanças de comportamento da nossa sociedade, pessoas contratadas por empresas e instituições se dedicam às suas atividades profissionais diariamente ainda são submetidas a salários injustos, a situações ofensivas e, muitas vezes, humilhantes, para ter uma condição de vida digna e para dar o mínimo de conforto aos seus familiares.

No Brasil, especialmente no Mato Grosso do Sul, a luta pelos direitos dos trabalhadores nunca deixou de existir. A categoria dos eletricitários, por exemplo, que vive constantemente sob os riscos da alta tensão, também se vê obrigada a enfrentar os piores dos desafios.

Imaginar que uma empresa atua contra os empregados, verdadeiros responsáveis pelo lucro dela, pode parecer mentira, mas infelizmente não é. Ao longo das quatro décadas de existência, o Sinergia-MS vem atuando cada vez mais forte em questões que se tornaram verdadeiros fantasmas na rotina dos trabalhadores. 

Assédio moral, assédio psicológico, desvalorização constante, falta de reconhecimento, salários muito abaixo do merecido, violação de folgas e descansos…Direitos básicos, previstos inclusive na Constituição, estão sendo ignorados por chefes e adoecendo grande parte da classe trabalhadora.

Contra fatos não há argumentos

Recentemente, o Sinergia-MS realizou uma interação nas redes sociais e fez algumas perguntas aos seguidores, ao estilo “Pesquisa de Clima GPTW” da Energisa, para saber se as notas altas recebidas pela empresa condiziam com a realidade nos ambientes de trabalho.

Descobrimos que:

🔹 61% dos participantes conhecem alguém que adoeceu mentalmente devido à pressão sofrida pelos gestores;
🔹 69% dos participantes já haviam perdido algum compromisso familiar ou deixado de aproveitar um fim de semana por ter que trabalhar no seu dia de descanso;
🔹 70% dos participantes fizeram hora extra em algum momento e não foram recompensados por isso;
🔹 24% dos participantes precisaram se afastar, em algum momento da jornada profissional, por estresse, depressão ou burnout;
🔹 73% dos participantes consideraram a Energisa como uma empresa com ambiente tóxico e abusivo.

Os dados acima são apenas um pequeno recorte do que um ambiente hostil é capaz de fazer: impactar a produtividade e principalmente a vida pessoal dos trabalhadores. 

Lamentavelmente, essa prática tornou-se constante pelos gestores da Energisa, e o sindicato tem sido combativo nessas situações porque além de adoecer trabalhadores, ela tem sido fatal.

Saúde e Segurança no Trabalho

Ainda esta semana,  uma outra data importante do calendário foi lembrada pelo Sinergia-MS. 29 de abril, Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, traz à tona o reflexo da pressão psicológica e da maneira negligente que as empresas tratam seus trabalhadores e os induzem ao erro. 

Vale destacar que muitos acidentes nas empresas que fornecem energia são motivados pela exaustão dos trabalhadores, que enfrentam jornadas longas e exaustivas em campo. A falta de efetivo também é um dos grandes fatores que podem gerar acidentes, pois uma vez que os trabalhadores ficam sobrecarregados, qualquer deslize pode ser fatal. Entre 2022 e 2023, por exemplo, foram registradas mais de 100 mortes de eletricistas em todo o país, número exorbitante e lamentável. 

A profissão, por si só, já expõe os trabalhadores do ramo à alta periculosidade. Isso se torna ainda pior – e até mesmo fatal – quando há desrespeito e falta de empatia pela vida dos mesmos por parte das empresas, o que, infelizmente, também acontece com muita frequência no setor elétrico.

Clique aqui e assista o vídeo em comemoração à data produzido pelo Sinergia-MS. 

Mais de 100 anos depois do primeiro movimento por melhores condições de trabalho, cá estamos buscando a mesma dignidade, mesmo reconhecimento, mesma valorização. Muita coisa mudou, mas inúmeras coisas ainda precisam mudar, e o 1º de Maio segue no calendário para nos fazer refletir e lutar por aquilo que é nosso por direito!

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