Sem um posicionamento da Energisa sobre uma nova proposta para avaliação da categoria, o Sinergia-MS, por meio da Assessoria Jurídica, solicitou audiência perante o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT) visando o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021.
Na semana passada, o sindicato enviou ofício para a empresa cobrando a apresentação de uma nova contraproposta para o ACT até esta sexta-feira (19). “O prazo acabou e não tivemos retorno da Energisa. A alternativa agora é debater a questão com a mediação da Justiça do Trabalho”, explica o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.
O pedido de mediação foi protocolado no Núcleo de Soluções Extrajudiciais do TRT 24ª Região. A convocação para a audiência entre o Sinergia/MS e a Energisa/MS ocorrerá na próxima semana.
A medida foi tomada após uma reunião da mesa de negociação do Sinergia-MS com a Assessoria Jurídica e antes da possibilidade de aprovação de uma greve pela categoria, caso as negociações não avancem.
Após essa audiência, o Sinergia/MS informará à categoria sobre o resultado da mediação, os novos passos da negociação coletiva e a data da próxima assembleia.
Proposta rejeitada
A última proposta apresentada pela empresa foi rejeitada duas vezes pela maioria da categoria. A empresa propõe alteração do banco de horas do setor operacional e oferece apenas o reajuste da inflação. Só nos primeiros nove meses de 2020, a concessionária registrou lucro de R$ 245,1 milhões, o que representa aumento de 5,8% em relação ao mesmo período de 2019.
Em assembleia realizada no dia 8 de fevereiro, com a presença de 731 pessoas, 59% dos trabalhadores da Energisa reprovaram a proposta, 39% aprovaram e 2% se abstiveram.
O Sinergia-MS já realizou dois atos em protesto contra as medidas que a empresa está tomando durante as negociações do ACT 2020/2021.
No dia 29 janeiro, foram realizadas ações na capital e no interior do Estado para denunciar o descaso da empresa que insistia em manter a proposta já rejeitada pela categoria. Após esse movimento, a Energisa demitiu quatro trabalhadores do Plantão do Almoxarifado. As demissões provocaram um novo ato do Sinergia-MS no dia 8 de fevereiro.