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7 de Dezembro de 2023 às 20:35
Em assembleia na noite desta quinta-feira, dia 07 de dezembro, a maioria dos trabalhadores da Energisa-MS reprovaram a última proposta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2024. Quase 600 pessoas estavam participando da assembleia virtual, sendo que 76% reprovaram a proposta, 23% aprovaram e 2% se abstiveram.
“Não esperava outro resultado desta assembleia e dos trabalhadores, é a segunda reprovação na mesma semana. A proposta da empresa é indecente, prejudicando os seus funcionários com a retirada de direitos. Queremos que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas de forma justa, não queremos ganhar tudo, mas queremos ter pelo menos dignidade, respeito e colocar a comida na mesa, o que não está acontecendo”, disse o presidente do Sinergia-MS, Francisco Ferreira.
Na assembleia, os diretores e a Assessoria Jurídica do Sinergia-MS explicaram aos trabalhadores todos os detalhes da proposta da Energisa-MS, que incluia:
- apenas a reposição da inflação (4,14%), sem ganho real por mais um ano, apesar do lucro de R$ 322,5 milhões nos nove primeiros meses de 2023;
- a discussão do retorno dos auxílios alimentação e refeição para os afastados somente em 2024;
- e para piorar, regulamentar no ACT uma cláusula sobre o DSR (Descanso Semanal Remunerado) e o intervalo de 11 horas, com a intenção de não cumprir esses descansos necessários aos trabalhadores, e que constam na CLT, e também sem pagar essas horas extras, apenas incluindo no banco de horas.
“Em mesa de negociação, nós já dissemos que não negociamos os descansos dos trabalhadores. São descansos necessários e fundamentais para a saúde física e mental, principalmente nesta atividade perigosa. Mas isso também dependia da aprovação de todos os trabalhadores, que se mostraram estar ao lado do sindicato na luta por seus direitos”, destacou Francisco.
A Energisa-MS tentou há dois dias pressionar os trabalhadores a aprovarem essa proposta, através da divulgação da proposta por email, reuniões e mensagens por WhatsApp. A Assessoria Jurídica do Sinergia-MS acionou o poder judiciário que entendeu que a empresa adotou uma conduta antissindical, já que a representatividade dos trabalhadores é o sindicato, é o Sinergia-MS.
“Conseguimos esta tarde uma tutela (liminar) impedindo que a Energisa-MS continue com essa prática, caso contrário, está sujeita a multa de R$ 10 mil por dia. Por isso, caso haja novamente essa conduta por parte da empresa, é importante que os trabalhadores denunciem ao sindicato, que pode ser de forma anônima. A voz de vocês é a entidade sindical e a Energisa-MS não pode interferir nisso”, ressaltou a advogada Fabiana Cantero.
O sindicato agora vai enviar um ofício à Energisa-MS oficializando o resultado da assembleia e colocando-se a disposição para voltar à mesa de negociação.
Enquanto a Energisa-MS mantém a norma que retirou os auxílios alimentação e refeição dos trabalhadores afastados por doença, o Sinergia-MS lançou a Campanha “Fio de Esperança”. A intenção é arrecadar recursos para os trabalhadores que estão afastados desde o dia 1º de setembro de 2023 e estão sem os auxìlios.
“Aqui em Mato Grosso do Sul, o INSS demora 3-4 meses para marcar uma perícia. Enquanto isso, esses trabalhadores afastados por doença estão sem salários e também, agora, sem seus auxílios alimentação e refeição. Precisamos fazer uma corrente do bem para ajudar os nossos colegas que precisam. Muitas dessas pessoas estão com doenças ocupacionais, provocadas pela empresa, mas, agora, a Energisa-MS se nega a ajudar”, destacou a diretora do sindicato, Alicéia Araújo.
A doação pode ser de qualquer valor através da chave PIX do sindicato: (67) 99258-3163.
Por: Comunicação do Sinergia-MS