Em pronunciamento durante a sessão desta terça-feira (21) da Assembleia Legislativa, o vice-presidente do Sinergia, Élvio Vargas, reforçou as denúncias contra o que se chama de precarização dos serviços da Energisa em Mato Grosso do Sul. Élvio reafirmou a política de demissão dos funcionários experientes e a substituição por novatos com pouca ou nenhuma experiência, ganhando salários menores.
O sindicalista usou a tribuna a pedido do deputado Felipe Orro, que também havia feito, na semana passada, as denúncias na Assembleia. Élvio também apontou outras medidas que vêm sendo tomadas pela empresa na contramão do que poderia se chamar de ajustes para redução de despesas. Segundo ele, a Energisa tem rompido contratos com prestadores de serviços e contratado a custo muito mais elevado empresas de seu próprio grupo. “Quem paga essa conta somos nós, consumidores, porque esses custos vão para conta de luz”, alertou.
Outro ponto destacado pelo dirigente do Sinergia refere-se ao contrato de prestação de serviço para levantamento de rede. Esse serviço era realizado pelos próprios funcionários da concessionária com veículo da empresa, mas agora está sendo feito por uma empresa do próprio Grupo Energisa com o uso de helicóptero – com um valor seis vezes maior que o anteriormente praticado.
O número de funcionários demitidos só nos últimos dois anos – desde que a Energisa assumiu a antiga Enersul – já passa de 460. “Cada semana mandam dois, três antigos embora. A rotatividade é muito grande. Com isso, o funcionário não adquire a experiência necessária pra prestar um bom serviço e o resultado estoura no consumidor, que é mal atendido. A Energisa adquiriu a exploração do serviço de distribuição de energia elétrica e não a exploração dos funcionários e da população do Estado”, ressaltou.
O sindicalista também reforçou a denúncia de que a gestão da Energisa piorou a qualidade dos serviços prestados à população sul-mato-grossense. Um exemplo é a retirada do serviço de religação de urgência, e com isso, os clientes precisam esperar até 5 dias úteis para o religamento na cidade e de até 15 dias na área rural.
Élvio pediu apoio de todos os deputados estaduais e solicitou uma audiência pública para que a Energisa explique as várias denúncias levantadas pelo sindicato, como a contratação de empresas do próprio grupo a custo mais elevado que os antigos prestadores de serviço, o que caracterizaria uma fraude grave, as demissões e as reclamações dos consumidores, já que hoje a Energisa é uma das empresas que têm mais reclamações no Procon.
Assista abaixo o vídeo com a íntegra do pronunciamento do vice-presidente do Sinergia-MS, Élvio Vargas.
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