Com resultado acirrado, trabalhadores aprovam ACT 24/25 da Energisa-MS

Por 50% a 49%, o Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025 da Energisa-MS foi aprovado em assembleia realizada na última quinta-feira (27). O resultado apertado, fruto da participação de mais de 500 eletricitários, é o reflexo de uma grande insatisfação da categoria que, por mais um ano, vai amargar o desrespeito de uma empresa que lucra e cresce em cima da desvalorização do trabalhador.

A premissa básica do Sinergia-MS nesta negociação foi a manutenção de direitos adquiridos e avanços em outras cláusulas importantes, mas logo na primeira proposta a Energisa tentou mexer no Banco de Horas, incluindo o do administrativo.

O texto aprovado, contudo, manteve a regra 1h/2h na compensação de hora extra, e reposição de 100% do INPC nos vales e salários. “Nossa expectativa era o ganho real, mas conseguimos repor 100% do INPC nas cláusulas econômicas. Fizemos inúmeros estudos com o DIEESE, apresentamos dados que provavam a urgência de uma proposta salarial digna e vamos seguir na luta com essas análises para conquistarmos o ideal, levando sempre em consideração a realidade do trabalhador”, explica Aliceia Araújo, diretora do Sinergia-MS.

A cada Campanha Salarial a Energisa se mostra mais intransigente, haja vista as mesas difíceis que o Sinergia-MS vem enfrentando ao longo dos anos. Este comportamento não é novidade, mas funciona como um grande alerta para a categoria: a base deve estar engajada e participar ativamente da luta política com o sindicato, como analisa o presidente do Sinergia-MS, Chico Ferreira. “Estejam prontos para uma greve geral. Os ataques aos nossos benefícios são reais e a empresa não vai diminuir esforços para retirar o pouco que temos”, afirma.

Chico reforça ainda que “essa falta de reconhecimento constante da empresa impacta nas famílias que sofrem junto com os colegas. E, ainda por cima, somos obrigados a ouvir que Energisa é a melhor empresa para se trabalhar.”

O secretário-geral do Sinergia-MS, Elvio Vargas, ressalta que a resistência da categoria não permitiu que nenhum item do ACT fosse rebaixado. “Precisamos manter a união e mostrar para a empresa que estamos dispostos a ir para a greve. Foi assim que tivemos nossas últimas conquistas”, relembra.

O pagamento dos salários e benefícios será feito em março com os meses retroativos referentes à data-base.

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