Sistema foi energizado no início de outubro desde ano
Mais da metade da energia consumida em Assunção e região metropolitana da capital do Paraguai, com uma população estimada em aproximadamente 3 milhões de habitantes, já passa pelo novo sistema de 500 kV, entre a margem direita da usina hidrelétrica de Itaipu e a subestação de Villa Hayes.
A informação foi dada nesta quinta-feira (24), em Assunção, pelo presidente da Administración Nacional de Electricidad (Ande), Victor Raúl Romero, durante a palestra Disponibilidad de Energía Eléctrica – Línea de Transmisión, que abriu o ciclo de conferências da Expo Paraguai Brasil 2013. Os diretores-gerais de Itaipu, Jorge Samek (Brasil) e James Spalding (Paraguai), também integraram a mesa.
Victor Romero apresentou gráficos mostrando a evolução do consumo de energia do Paraguai e falou sobre a importância do novo sistema de 500 kV, energizado no início deste mês, para a mudança do perfil econômico do país. O linhão está em fase de comissionamento e entra efetivamente em operação no final do mês.
“Hoje 43,3% do consumo de energia elétrica do Paraguai é residencial e apenas 22% industrial. Queremos mudar esse quadro”, afirmou. Segundo ele, a meta do país é ampliar o consumo atual de 2.384 MW registrado em 2012 para 6.734 MW daqui a 20 anos. “Para isso, investimentos são necessários”, disse.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, destacou a parceria entre Brasil e Paraguai e lembrou que os presidentes dos dois países, Horacio Cartes e Dilma Rousseff, já se encontraram quatro vezes em apenas três meses. O quinto encontro deverá ocorrer já na próxima terça-feira (29), na subestação da margem direita de Itaipu, em Hernandárias, para a cerimônia que vai marcar a entrada em operação definitiva do sistema de 500 kV.
“O Paraguai vive o melhor momento de sua história. A última estimativa aponta um índice de crescimento de 13,7% [do PIB, em 2013]. O segundo maior crescimento registrado na América Latina não vai chegar à metade do crescimento do Paraguai”, destacou Samek.
James Spalding lembrou que somente Itaipu representa 8% do PIB paraguaio – e a exportação da energia excedente da usina é a segunda maior fonte de receita do país. O diretor paraguaio também destacou a importância do sistema de 500 kV para sustentar os atuais níveis de crescimento econômico do país.
“Estamos falando de 25% a 30% da energia consumida em todo o país e que já passa pelo novo sistema”, disse. “Se Itaipu é um exemplo de irmandade entre dois países, essa linha [de 500 kV] é um exemplo adicional, porque foi financiada com recursos não reembolsáveis do Mercosul e aporte voluntário do governo brasileiro”, completou.