Dirigentes sindicais realizaram atos em Campo Grande e Corumbá
Nesta sexta-feira (7), os diretores do Sinergia-MS protestaram contra a terceirização do atendimento comercial da Energisa-MS. O objetivo é alertar a população sobre os impactos da terceirização no atendimento. As manifestações foram realizadas em Corumbá e Campo Grande.
A ação ocorre após a terceirização da agência comercial de Corumbá. Conforme o sindicato, a medida resultou na demissão de quatro funcionários e vai prejudicar a população que precisa dos serviços da concessionária de energia.
Em Corumbá, o protesto foi realizado pelo presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas, e os diretores Cleomar Alves Pereira e Giovano Midon Braga.
“A terceirização, além de precarizar a relação de trabalho, prejudica o atendimento à população. Então, estamos fazendo esse ato aqui em Corumbá. Vamos fazer nas outras agências do Estado porque nós defendemos um serviço de qualidade e a Energisa não está tendo respeito com a população, nem respeito com os trabalhadores”, ressalta Elvio Vargas.
Em Campo Grande, os diretores Alicéia Araújo, Pedro Moysés, Francisco Ferreira e Jerson Viana realizaram uma manifestação em frente à agência comercial da Avenida Calógeras.
A Energisa iniciou o processo de terceirização do atendimento comercial em Mato Grosso do Sul em março deste ano, com as unidades de Jardim e Nova Andradina. Na última semana, foi a vez de Corumbá. De acordo com o sindicato, a mesma situação pode ocorrer em Campo Grande.
“A estratégia da empresa é terceirizar uma por uma para a população não perceber, até que tudo vai estar terceirizado e o atendimento piora. Estamos fazendo esse alerta para as pessoas se manifestarem contra essa medida porque o custo da energia é alto e o trabalhador ganha pouco”, afirma Alicéia Araújo.
Os dirigentes sindicais exibiram faixas e entregaram panfletos para alertar sobre os impactos da terceirização. A entrega de material informativo está sendo feita durante o dia todo em pontos estratégicos do centro da capital.
Em 2019, a Energisa liderou o ranking de reclamações no Procon-MS, com 2.346 registros no Estado. “A Energisa já trocou o sistema, colocou um sistema caseiro que resulta em erros na ligação de energia, a conta de energia vem errada. Ou seja, a empresa barateia tudo que pode baratear e a conta de energia só aumenta, então a população tem que estar ciente e dizer não à terceirização. A empresa sempre divulga que está ganhando prêmios, mas a nossa realidade mostra outra coisa, é uma empresa que lidera o ranking de reclamações no Procon”, destaca a diretora do Sinergia-MS.
Demissões
Desde que o Grupo Energisa assumiu a concessionária, no ano de 2014, 900 trabalhadores foram demitidos, o que reflete na qualidade do serviço prestado aos consumidores. E a concessionária de energia elétrica já promoveu o desligamento de pelo menos dez trabalhadores no Estado desde o início da pandemia de coronavírus.
“No início de julho, a empresa demitiu um trabalhador com coronavírus, ele apresentou o atestado e a demissão foi mantida. Estamos tentando a reintegração, comunicamos a empresa, mandamos o atestado porque ele teve contato com outros trabalhadores do setor dele. Inclusive um desses trabalhadores é o supervisor do COD, que quase morreu, teve parada cardíaca, ficou entubado. Tem vários trabalhadores contaminados e ela demite assim mesmo”, denuncia a diretora Alicéia Araújo.
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