No último sábado, dia 27, o Sinergia-MS realizou gratuitamente o 1º Encontro das Mulheres de Energia. O evento teve como objetivo incentivar o empoderamento da mulher dentro do mercado de trabalho e debater os impactos da reforma da previdência para este público.
De acordo com a presidente do Sinergia – MS, Elizete Almeida, um dos papéis do sindicato é também trazer mulheres para o centro de debates importantes. “Quisemos fazer uma organização de mulheres com assuntos voltados para elas, incentivando, cada vez mais, o empoderamento feminino com informações para as causas femininas. Como fazemos parte do sindicato, nossa intenção é envolver mais as mulheres para as questões sociais, da saúde, violência e previdência e de que forma elas são impactadas com isso tudo”, comentou.
Mesmo nos dias atuais, a mulher ainda tem muito dos seus direitos colocados em risco, como é o caso da Reforma da Previdência, que quer aumentar a idade mínima para a trabalhadora conseguir seu direito de aposentadoria.
Sendo, ainda, a maior responsável pelas atividades domésticas, as mulheres possuem dupla ou tripla jornada de trabalho e, por isso, são diretamente afetadas negativamente pela reforma. A advogada especialista em Direito Previdenciário e parceira do sindicato, Rosana Canteiro, tirou as dúvidas das presentes sobre alguns pontos da reforma que merecem ainda mais atenção, mas, de acordo com ela, o assunto ainda tem sido pouco debatido.
“A reforma da previdência está trazendo muito impacto a todos os trabalhadores e tudo isso está sendo muito discutido, mas até mesmo nesse meio tem passado batido a questão da mulher, a única que está sendo impactada com a questão da idade. Hoje nós temos aposentadoria por idade em 60 anos para mulheres e 65 anos para homens, mas com a reforma da previdência, apenas a idade da mulher vai para 62 e a do homem continua a mesma coisa”, disse.
Ainda de acordo com a advogada, a primeira versão da proposta da reforma aumentava em 5 anos a idade mínima para a mulher, mas com muita luta, as trabalhadores conseguiram revogar e baixar para 62 anos. “Mas estes 2 anos ainda impactam, como na remuneração, na questão da família, já que a mulher na faixa etária dos 60 anos representa a avó que auxilia toda a família, principalmente, no cuidar dos netos para que as mães possam trabalhar. É preciso chamar atenção das trabalhadoras para a reforma da previdência, explicar o porquê a mulher precisa continuar se aposentando aos 60 anos e qual o impacto disso na vida delas”.
Para Rosana, o acesso à informação, a união e a participação na esfera política é muito importante. “É preciso procurar se informar sobre todos os pontos dessa lei, se unir, porque unidas as mulheres são uma força ainda maior e, também, participar do cenário político que atualmente é composto por 90% de homens. O acesso à política, união e estar sempre informada podem nos ajudar muito na luta pelos nossos direitos”, completou.
Mercado de trabalho
A analista em desenvolvimento de sistemas e coordenadora de equipe e gerenciamento, Silvana Nascimento, participou de um bate-papo com as presentes sobre a atuação das mulheres no mercado de trabalho, reforçando o desenvolvimento pessoal, profissional e o empoderamento feminino.
Segundo Silvana, mesmo em uma sociedade mais moderna, a mulher ainda precisa lutar para se posicionar dentro do mercado de trabalho. “A maior participação feminina já é uma evolução, mas ainda é difícil que a mulher se posicione em algumas funções e com salários igualitários. Graças a isso, a mulher tem estudado cada vez mais, alcançando melhores posições e brigando mais para se manter no mercado de trabalho”, disse.
Ainda de acordo com ela, esse tipo de evento é muito importante para promover o debate entre mulher e conseguir, cada vez mais, informações sobre situações que impactam as mulheres. “É importante que a mulher esteja em troca de conhecimento com outras pessoas de outras áreas e esteja por dentro de tudo que está acontecendo no mercado de trabalho, ela precisa estar por dentro da evolução, das mudanças que estão acontecendo nas legislações, o que tem voltado para a mulher para que ela possa se posicionar, pois sem o conhecimento ela não consegue se posicionar em nada”, pontuou Silvana.
Este é o primeiro de muitos debates voltado para a emancipação da mulher dentro da sociedade, segundo a diretora do sindicato, Maria Ângela da Silva, e se torna ainda mais importante pelo momento atual da política e economia. “Percebemos que o momento hoje pede muito esse debate sobre a previdência por causa da reforma, e percebemos que as mulheres não estão informadas sobre esse tema tão importante. Esse foi o primeiro encontro e nós vamos continuar trazendo temas que são muito importantes para as mulheres, além da importância de debater e trocar experiências”, finalizou.
Por: Daiana Porto/Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS