Na manhã desta segunda-feira (8), os diretores do Sinergia se concentraram em frente ao Centro Operacional da Energisa-MS, em Campo Grande, para chamar a atenção dos trabalhadores para o lançamento da Campanha Salarial 2018/2019 da Energisa. Nas faixas e camisetas personalizadas, o sindicato destacou o mote da campanha deste ano: “Melhor empresa para trabalhar?”, que questiona o prêmio recebido pela concessionária de energia em junho deste ano.

“Hoje nós temos problemas como baixos salários e pressão excessiva por resultados. A empresa cobra demais de um lado e, em contrapartida, não dá uma melhoria salarial para os empregados. Implantaram um plano de cargos e salários sem transparência. E, além disso, todo mundo reclama que sofre assédio dentro da empresa”, explica a presidente do Sinergia, Elizete de Almeida.

O diretor Elvio Vargas relatou que o tema foi escolhido justamente por causa dos questionamentos que o sindicato vem recebendo dos eletricitários. “Até onde a gente sabe melhor empresa para se trabalhar motiva os trabalhadores não faz o que a Energisa tem feito. Aumentou o número de afastamentos por doenças, há casos de trabalhadores se afastando e depois do retorno sendo demitido, porque a empresa tem cobrado de forma excessiva os resultados, sem dar condições para o trabalhador”, esclareceu.

“É uma empresa que oprime, demite, toca sirene, bota o nome do trabalhador em quadros aonde ele tem que alcançar metas, é uma pressão o tempo todo. Ela não é a melhor empresa para trabalhar, pode se tornar, desde que ela respeite o trabalhador. Na verdade, a gente não pode confiar nesses prêmios, o cara teve que colocar o CPF, teve que se identificar. A empresa fica fazendo propaganda disso, só que o dia a dia é diferente”, acrescentou o diretor Aldo Aristimunho.

Participação da categoria

Os dirigentes sindicais abordaram os eletricitários para falar sobre o lançamento da Campanha Salarial 2018/2019 da Energisa e entregaram material informativo com as principais bandeiras deste ano.

De acordo com a presidente do sindicato, a ação é uma forma de mobilizar os trabalhadores. “O trabalhador tem que estar junto com o sindicato, a gente sempre diz que o sindicato não são as pessoas da direção e sim todos nós. Para que a gente tenha uma luta forte, os empregados têm que estar conosco nessa campanha”, destacou Elizete.

“Nós não vamos conseguir avançar na nossa campanha salarial se o trabalhador não vir junto com o sindicato, é fundamental a participação do eletricitário”, afirmou Elvio Vargas.

Bandeiras

A primeira rodada de negociação com a Energisa-MS será realizada nesta quarta-feira (10). As principais bandeiras da Campanha Salarial 2018/2019 da Energisa-MS são ganho real, manutenção e ampliação dos direitos adquiridos, fim da pressão excessiva por resultados e Plano de Cargos e Salários (PCS) transparente e justo.

A diretora Maria Ângela da Silva lembra que o PCS foi implantado após anos de luta do sindicato, mas critica a falta de transparência da concessionária de energia. “Nós não sabemos quais são as empresas de referência, não sabemos em que posição estamos como funcionário, se estamos a 80, 100 ou 120% de determinada remuneração. O que a gente espera desse plano é que seja transparente, que todo mundo saiba o que pode fazer para melhorar, e que a empresa mostre isso de uma maneira clara”, pontuou.

Outra reivindicação dos trabalhadores é o ganho real. “A gente tem que ter um salário decente. A gente sente no bolso que o arroz subiu, o feijão subiu, tudo subiu. Só a reposição salarial não nos permite uma melhoria de vida. A gente espera que a empresa reconheça isso. No ano passado, a gente não teve e esse ano nós precisamos de um ganho real”, destacou Maria Ângela.

“Com toda essa pressão, a empresa já atingiu mais de 60 milhões de reais de lucro em 6 meses. Nós que damos esse lucro, então vamos brigar por melhores salários”, ressaltou Aldo Aristimunho.

Nesta terça-feira (9), o sindicato faz o lançamento da Campanha Salarial 2018/2019 da Energisa em Dourados, e a partir da semana que vem, serão realizadas ações em outras cidades do interior de Mato Grosso do Sul.

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação