Tucano participa nesta terça-feira de reunião da comissão mista que analisa a MP579, no SenadoPor Maria Domingues
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, voltou a criticar o Governo Federal e a Medida Provisória 579 e pediu tratamento isonômico para as empresas estaduais de energia, como Cemig, Copel, Cesp, Celesc e Celgpar, que optaram por não renovar as suas concessões de energia. O tucano participou nesta terça-feira (11/12) da reunião da comissão mista, que votará o parecer do relator Renan Calheiros (PMDB-AL)
Aécio Neves é um dos maiores críticos à MP no Congresso. O tucano voltou a dizer que o anúncio da medida foi feito com o intuito de obter ganhos eleitorais, já que aconteceu há pouco menos de um mês das eleições municipais. “Ninguém anunciaria uma medida tão complexa como essa se não fosse eleitoreiro”, disse.
Para o senador, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, foi “arrogante” ao dizer que as empresas que não aceitaram a proposta de renovação do governo pensaram em seus acionistas em detrimento da população. Aécio também rebateu uma das falas da presidente Dilma Rousseff, que afirmou que as geradoras não tiveram “sensibilidade” com o compromisso de reduzir as contas de luz. “O governo voltou atrás e reviu critérios para transmissão, mas não houve sensibilidade para geração”, disse o tucano, referindo-se à MP591, publicada no dia 30 de novembro, que completou a MP579, e passou a reconhecer como indenizáveis os ativos existentes antes de 2000.
O tucano criticou ainda uma das emendas propostas por Calheiros ao texto da MP, que segundo Aécio prevê que a Chesf possa vender energia ao preço anterior à MP. “A Eletrobras terá que ‘achar’ R$8,6 bilhões para fazer frente ao seu programa de investimentos. Com certeza, a companhia encontrará recursos do Tesouro Nacional, mas as companhias estaduais não terão acesso a esses recursos”, disse.
Aécio afirmou ainda que a MP579 está abalando a credibilidade que o país levou anos para obter junto aos investidores estrangeiros. “Rompem-se contratos e os investidores se afastam e isso não está acontecendo só com o setor elétrico. O petrolífero, aeroportuário e o de concessões de rodovias também está sendo impactado pelo intervencionismo do Governo Federal”, disse.