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ARTIGO: AS CONSEQUENCIAS DAS PRIVATIZAÇÕES NO SETOR ELÉTRICO

Os dois artigos na página 02 (Opinião), no jornal Correio do Estado (Privatizações X Concessões – 2 / Governos Complementares) traduz alguns fatos que colocam as privatizações das concessionárias de Energia elétrica, ocorrido no final da década de 90, como totalmente positivos.

Oportunamente vale a pena ressaltar o cenário que a nossa Concessionária se encontra, em decorrência da situação caótica do Grupo Rede Energia, dono da Enersul, que inclusive levou o governo federal a intervir, através da ANEEL, na Enersul e nas demais empresas do Grupo.

O Grupo Rede, controlador também de distribuidoras de energia elétrica nos estados de Mato Grosso,Tocantins, Pará, São Paulo e Paraná passa por uma situação financeira crítica onde teve uma de suas empresas, a Celpa do Pará, negociada pela Equatorial Energia que é controladora da distribuidora do Maranhão Cemar, após entrar em recuperação judicial, ou no popular, falência.

Outro fator relevante  que é consequência das privatizações do setor é a terceirização indiscriminada. A terceirização na Enersul, assim como na maioria das empresas do setor elétrico, se intensificou a partir da privatização. De lá pra cá o número de funcionários da empresa diminuiu drasticamente. Antes, o quadro próprio da Enersul era de mais de 2.000 funcionários e hoje são pouco mais de 800 trabalhadores. Consequentemente o número de trabalhadores terceirizados tem aumentado a cada dia.

Várias empresas vindas de outros Estados e que passaram a prestar serviços para a Enersul, fecharam as portas, simplesmente faliram, causando um enorme passivo trabalhista e contribuindo para a precarização da relação de trabalho e serviço prestado à sociedade.

Na Enersul os serviços de corte, ligação, re-ligação, inspeção e leitura de energia, atendimento do plantão, manutenção e instalação de redes elétricas, atendimento personalizado ao cliente (atendimento nas agências), atendimento de Call Center e muitos outros serviços são prestados por trabalhadores terceirizados.

Existe um estudo que mostra que a terceirização das atividades-fim no setor elétrico é a responsável por 91% das mortes de trabalhadores do setor, alem de acidentes graves e mutilações. Além disso, a terceirização interfere diretamente na qualidade dos serviços prestados, gerando má prestação de serviços aos consumidores de energia elétrica.

A crise enfrentada pelo Grupo Rede e essa indefinição de venda da empresa é preocupante, pois além de gerar nos trabalhadores um estado de estresse e ansiedade afetando a saúde e segurança dos mesmos, pode também prejudicar o nosso estado que depende do serviço de fornecimento de energia de qualidade para o seu desenvolvimento.

            Temos que ficar atentos e não deixar que aconteça com a Enersul o que aconteceu com a concessionária do Pará. A Enersul é nossa, dos trabalhadores e da sociedade sul mato grossense.

Por Elvio Marcos Vargas

Presidente do Sinergia-MS

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