O deputado federal Fábio Trad (PMDB-MS) promete colocar o assunto em pauta na Câmara, depois de a Folha de S.Paulo divulgar que a Caixa Econômica Federal usou R$ 600 milhões do FI-FGTS (fundo de investimento formado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em 2010 para investir na Rede Energia e se tornar sócia de uma companhia insolvente que dois anos depois sofreu intervenção da Aneel. Dona de oito distribuidoras, incluindo a Enersul, que está sob intervenção em Mato Grosso do Sul, a Rede Energia cobre 34% do país e atende 10% da população em seis estados. Juntos, BNDES e Caixa adquiriram 41% do capital total do grupo. Prejuízo certo. Os títulos perpétuos da rede emitidos no exterior estão cotados a 37% de seu valor, mesmo com as negociações em curso. Com isso, as ações da Caixa e do BNDES despencaram. No caso da Caixa, perderam metade do valor. E os diretores dos bancos estatais nem devem alegar que não tinham como adivinhar o que iria acontecer, pois no ano que em que a Caixa investiu a grana, a Rede Energia já descia ladeira abaixo. “Precisava faturar seis vezes mais para cobrir dívidas, principalmente com governo e fornecedores. Isso sem considerar investimentos necessários no setor”, diz a Folha de S.Paulo.