Para Wilson Ferreira Jr, governo foi bastante sensível ao estabelecer os valores, que são capazes de atrair o interesse dos geradores
A CPFL Energia estava preocupada com a questão da exposição involuntária das distribuidoras, que segundo cálculos da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia, poderia chegar a 6 mil MW médios em 2014, caso o leilão A-1, marcado para o dia 17 de dezembro, fosse frustrado. No entanto, na avaliação de Wilson Ferreira Jr., presidente da CPFL Energia, os preços colocados para o leilão trouxeram mais tranquilidade, visto que são capazes de atrair os geradores.
“Nós estávamos bastante preocupados, mas não estamos mais. O governo foi bastante sensível com a questão do preço, ou seja, ele colocou preços capazes de atrair geradores para cada um dos três produtos disponibilizados. Com esses preços, essa exposição certamente deve ser bastante mitigada, se não totalmente zerada”, avaliou o executivo durante teleconferência para divulgação dos resultados, que aconteceu nesta quinta-feira, 14 de novembro. O leilão A-1 oferecerá três produtos. Para o produto com duração de um ano, o preço-teto fixado foi de R$ 192/MWh; para o de um ano e meio, R$ 166/MWh; e para o de três anos, de R$ 150/MWh.
Como geradora, a empresa foi questionada se colocaria a energia da UHE Serra da Mesa, que tem contratos vencendo, no leilão A-1. Segundo Ferreira Jr., a companhia está trabalhando para que o contrato com Furnas seja prorrogado. “Não consideramos nesse momento colocar a energia de Serra da Mesa no leilão A-1”, declarou.
No caso da renovação das concessões de distribuição, o executivo disse que cinco concessionárias do grupo passarão pelo processo em 2015 – CPFL Jaguari, CPFL Mococa, CPFL Sul Paulista, CPFL Leste Paulista e CPFL Santa Cruz. Segundo ele, diferente de uma transmissora ou geradora, que conseguem amortizar seus investimentos ao longo do tempo, isso não ocorre com a distribuidora, que precisa fazer investimentos diariamente. “Então, obviamente, o regramento para revisão da renovação da concessão é diferente. Por isso não nos surpreendeu que não houvesse uma regra específica naquele momento”, comentou. Ferreira Jr. disse que muito tem se falado sobre a qualidade do serviço e nesse quesito, ainda segundo o executivo, a companhia está “absolutamente confortável”.