Como já era previsto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou nesta quarta-feira (20) a redução da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic), que passa de 13,25% para 12,75%.
A redução do índice acontece pela segunda vez consecutiva, em meio à pressão de diversos setores da sociedade civil contra os juros altos praticados no país.
A queda de 0,50 ponto percentual (p.p.) ainda é pouco diante da melhora do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do controle da inflação, índice que tem se mantido praticamente dentro da meta.
Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O boletim Focus da última segunda-feira (18), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos, estima que o crescimento do país para 2023 seja de 2,89%- uma projeção maior do que a anterior de 2,64%. No entanto, somente neste semestre o crescimento do PIB foi de 3,7%. O acumulado dos últimos 12 meses é de 3,2%. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.
Inflação
No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do país, a previsão é de queda ficando em 4,86% neste ano contra 4,93% da estimativa anterior. A estimativa deste índice está acima do teto da meta de inflação do BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Neste ano, o IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%.
Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,86%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
Movimento sindical critica taxa de juros
O Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. A partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.
Para o movimento sindical, apesar da significativa melhoria de todos os indicadores macroeconômicos, o Copom tem feito um corte muito abaixo do possível na taxa Selic, mantendo as taxas de juros nas alturas e seu sistemático boicote ao povo brasileiro.
A alta taxa de juros torna os empréstimos mais caros às famílias e empresas, desencoraja investimentos e aumenta a dívida do Estado brasileiro com o pagamento de juros dos títulos da dívida pública.
Com informações da Agência Brasil e da CUT