Com a proposta de um novo modelo de gestão, funcionários da Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat) querem comprar parte da empresa, que hoje está sobre intervenção da governo federal como forma de evitar a falência. A intenção é que as ações sejam adquiridas com fundos do BNDES e o próprio FGTS dos trabalhadores. A distribuidora possui uma dívida bruta de R$ 1,8 bilhão, o maior montante entre as oito companhias do Grupo Rede, todas sob tutela federal desde agosto devido ao alto grau de endividamento. Atualmente, a Cemat atende 1,1 milhão de consumidores.
A princípio o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Mato Grosso (STIU-MT), que representa a categoria, protocolou uma carta de intenção ao ministro-chefe da Secretária Geral da Presidência da República, manifestando o interesse na aquisição de parte das ações e solicitando auxilio do governo para a viabilização do projeto. Na semana que vem o governo deve se posicionar.
Conforme o presidente do STIU-MT, Dillon Caporossi, a participação na aquisição de ações ordinárias da empresa definirá uma gestão transparente e sintonizada com os interesses da sociedade mato-grossense, proporcionando melhoria no setor, além de energia elétrica mais barata à população. “Os modelos anteriores não funcionaram. Essa proposta é algo inédito e não se trata apenas de uma ação corporativa e sim de um modelo transparente”, explicou.
Para Caporossi a atual situação da Cemat é resultado de uma administração deficiente e cheia de falhas. “O que queremos é democratizar o capital. A natureza do serviço é público. Já há participação do Estado, do setor privado e agora revindicamos a participação dos trabalhadores”, afirmou. O representante lembrou ainda que o grupo Rede Energia tem a participação de 40% das ações da distribuidora as quais os trabalhadores estão interessados. “Seja 20% ou 10% dessas ações, o que queremos é participar e garantir uma resposta à sociedade”.
Recuperação- O plano de recuperação para as oito empresas do grupo sob intervenção do governo prevê um aporte de R$ 773 milhões após a entrada de um novo investidor. A Cemat receberia o maior montante, no total de R$ 205 milhões, 25% do total. O plano aguarda aprovação da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Fonte: Folha do Estado Online