Valor OnLine
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o setor elétrico vive em ‘um contexto de altíssima crise’. O momento é insatisfatório, segundo ele, pela frequência de interrupções no fornecimento de energia em todo o país, atrasos em obras do setor e, agora, com a edição da Medida Provisória 579/2012.
Aécio disse que suas ponderações não teriam um viés político no sentido de atacar o governo. ‘Não responsabilizo o governo, como já fizeram no passado, pela falta de chuvas’, disse o senador ao se referir a uma das causas da crise vivida pelo setor elétrico em 2001 e 2002 que submeteu o país ao racionamento de energia.
As declarações do senador nesta terça-feira foram feitas em audiência pública no Senado para discutir a ocorrência de blecautes no país. Aécio disse que o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia veio à Casa ‘em um dia histórico’ pelo fato de a Eletrobras ter registrados o menor valor nominal dos últimos 10 anos, em decorrência do lançamento do plano de renovação das concessões.
‘A Eletrobras perdeu 49% do seu valor de mercado após a edição da MP 579’, afirmou o senador de oposição. Ele informou que isso é explicado pela previsão de perdas que a companhia, controlada pelo governo federal, terá com a renovação dos contratos.
O parlamentar disse que é estimado um corte de receita na Eletrobras de 70% a partir da assinatura dos novos contratos. Ele ressaltou que, embora a estatal possa contar com aportes do Tesouro Nacional, outras empresas estaduais não poderão se beneficiar de tal prerrogativa.
(Rafael Bitencourt | Valor)