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26 de Março de 2024 às 10:00

Terceirizados da Energisa-MS vivem uma rotina de ameaças e pressão, denuncia o sindicato

No dia 13 de março, um funcionário de uma terceirizada da Enel, concessionária de energia elétrica de São Paulo, foi morto ao tentar cortar a energia de um estabelecimento por falta de pagamento. O episódio escancarou uma realidade cruel e preocupante: os trabalhadores terceirizados do setor elétrico vivem sob constante ameaça e pressão, não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil.

Em Mato Grosso do Sul, o Sinergia-MS, sindicato que representa os eletricitários, afirma que esses trabalhadores terceirizados vivem com ameaças constantes de consumidores insatisfeitos e pressão por metas diárias.

“Sem contar que, esses terceirizados têm salário e vale alimentação baixos. Além de uma jornada de trabalho extensa, aliada à pressão por metas e ao medo de represálias, gera exaustão física e mental, impactando diretamente na saúde dos trabalhadores”, destaca o presidente do Sinergia-MS, Francisco Ferreira.

A Energisa-MS, concessionária de energia elétrica de Mato Grosso do Sul, tem atualmente contrato com sete prestadoras de serviço.

Segundo o presidente do sindicato, além dos eletricistas, essa realidade é vivida pelos leituristas terceirizados, que sofrem com as mesmas condições precárias de trabalho, enfrentando ainda as intempéries do tempo e o risco de ataques de cães. Há dois anos, também houve um caso de uma leiturista que foi assassinada a tiros por um consumidor em Rondonópolis/MT.

Há muitos anos, o Sinergia-MS luta contra a terceirização desenfreada no setor elétrico por conta da precarização às condições de trabalho e aos salários e benefícios, que são vergonhosos. "Ainda existe a questão das terceirizadas que abrem falência e deixam os seus trabalhadores sem receber. Por isso, o sindicato continua fazendo a luta em prol dos trabalhadores próprios e terceirizados", ressalta Francisco.

Precarização do trabalho  

Para o Sinergia-MS, a terceirização no setor elétrico representa aumento do risco de ocorrência de acidentes graves e até a morte, por conta dessa precarização do trabalho e da segurança dos trabalhadores do setor de distribuição de energia elétrica.

Um exemplo foi a morte de Wesley Tavares de Oliveira, de 35 anos, trabalhador da então terceirizada da Energisa-MS, Energy, em Naviraí. O acidente que provocou a morte do eletricista ocorreu no dia 19 de fevereiro, na MS 295, em Iguatemi. Conforme as informações apuradas pelo sindicato, a equipe saiu de Naviraí para realizar a troca de um transformador em Tacuru.

“Esse serviço surgiu de madrugada, eles estavam trabalhando desde às 7 horas da manhã e foram acionados para o plantão às 18h30, após a jornada normal do dia. O acidente aconteceu quando a equipe retornava para Naviraí - à 01h da manhã, cansados e sem alimentação -, e tudo indica que eles dormiram. É um trabalho pesado e eles estavam cansados”, afirmou na época o presidente do sindicato e técnico de segurança do trabalho, Francisco Ferreira.

O motorista teria perdido o controle do caminhão da empresa e atingido uma árvore às margens da pista. Com o impacto da colisão, o veículo pegou fogo. Três trabalhadores conseguiram sair, mas Wesley ficou preso às ferragens e morreu carbonizado.

No local, não foram encontradas marcas de frenagem na pista, objetos ou obstáculos que tenham contribuído para o acidente.

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Acidentes de Trabalho no setor elétrico

O setor elétrico é um dos mais preocupantes em relação aos acidentes de trabalho. Em uma profissão com alta periculosidade, em que os profissionais exercem suas atividades sob sol e chuva, dia e noite, os riscos de acidente de trabalho são maiores e podem causar graves danos à saúde do trabalhador e até a morte.

Em 2022, foram registradas 8 mortes de eletricistas ligados a alguma empresa por choque elétrico na rede aérea de distribuição, conforme dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2023 da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Considerando a série histórica entre 2023 e 2022, foram 177 mortes em todo o país. 

Por: Comunicação do Sinergia-MS



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