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Eletricistas param por segurança

Por Ana Paula Amaral – Dourados Agora Foto: Cido Costa

Trabalhadores da Engelmig, empresa terceirizada da Enersul em Dourados, estão com as atividades suspensas desde ontem. A paralisação segue até hoje, mas já há indicativo de greve a partir de segunda-feira. Os 35 trabalhadores da empresa reclamam de falta de segurança, já que os equipamentos utilizados no trabalho estariam sucateados. A Engelmig é responsável pela execução de corte no fornecimento de energia elétrica, ligações e religações a consumidores de baixa, média e alta tensão. Por isto, diariamente os trabalhadores estão expostos a riscos – o que exige proteção através de equipamentos como luvas de botas de borracha.

O eletricista Rafael Rodolfo de Matos diz que o serviço dos 30 eletricistas está parado desde ontem. Segundo ele, os cinco funcionários que trabalham no administrativo estão sendo ‘obrigados’ a manter o trabalho mesmo durante a paralisação. “Eles estão trabalhando sob pressão da gerência”, denuncia. Ontem e hoje, todo o trabalho externo prestado pela empresa está paralisado. Para garantir a continuidade do serviço, segundo os trabalhadores, uma parte da demanda está sendo executada por funcionários da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul).

Segurança

A falta de segurança no trabalho é a principal reclamação dos trabalhadores, que cobram da empresa a aquisição de material de qualidade para execução do serviço. Os eletricistas ouvidos pela reportagem denunciam que, com frequência, são obrigados a utilizar materiais sucateados, como luvas e botinas furadas. “Até os pneus dos carros são recauchutados, o que põe em risco nossa segurança”, denunciam os trabalhadores. Segundo Rafael Matos, o trabalho executado pelos eletricistas da empresa é considerado de alto risco, já que inclui redes de média e alta tensão. “Se tiver sorte, o funcionário perde um braço ou uma perna. O risco de morte é muito grande”, diz ele.

Outra reivindicação dos trabalhadores é quanto à remuneração. Hoje, os eletricistas recebem salário-base de R$ 560, mais produção e adicional de 30% de periculosidade. Os trabalhadores reivindicam salário base de R$ 800 e que o percentual de 30% seja sobre a remuneração total, e não sobre o salário-base.

Os trabalhadores também cobram a instalação de um cartão de ponto na empresa, já que não recebem pelas horas extras trabalhadas. Segundo Rafael Matos, o contrato de trabalho diz que os funcionários devem trabalhar das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h30. No entanto, segundo ele, os funcionários são obrigados a trabalhar até 20h durante a semana e, aos sábados, até as 14h. “O problema é que não tem cartão de ponto, então não podemos provar as horas extras trabalhadas”, reclama.

Os trabalhadores também denunciam que, quando precisam realizar serviços fora da cidade, não recebem nenhum auxílio alimentação. Todos os meses, os funcionários recebem um vale alimentação no valor de R$ 200, mas os trabalhadores reclamam que a empresa não fornece nenhum auxílio nos serviços prestados fora da cidade. “O empregado precisa pagar do próprio bolso”, reclama.

Outro lado

A reportagem tentou insistentemente entrar em contato com a direção da empresa Engelmig, mas não obteve sucesso. O gerente, identificado como Fernandes, chegou a atender uma ligação e pediu que a reportagem retornasse depois de 30 minutos. Depois deste prazo, nem ele nem o supervisor da empresa atenderam às ligações.

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