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Encontro da Mulher Urbanitária: sororidade em primeiro lugar

O Encontro reuniu dezenas de dirigentes sindicais dos setores elétrico e de saneamento, entre elas, a diretora do Sinergia-MS, Alicéia Araújo.

Você sabe o que é sororidade?

A palavra vem do latim soror, que significa irmã, ou seja, sororidade é irmandade. Mas, na prática, significa muito mais que isso. A essência da sororidade é a união entre as mulheres. Então, praticar a sororidade também é parar de sustentar ideias que incitam a rivalidade do gênero feminino.

Pois bem, esse conceito foi o mais citado durante a realização do Encontro Nacional da Mulher Urbanitária – CNU/FNU, realizado no sábado, 15 de maio, que reuniu dezenas de dirigentes sindicais dos setores elétrico e de saneamento. A empatia e a união foi a tônica do encontro: todas juntas na luta, uma sempre apoiando a outra!

Permeado por debates, apresentações artísticas, depoimentos e propostas para o avanço na luta em defesa dos direitos das mulheres, as representantes das urbanitárias também elegeram delegadas para participarem do Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, que será realizado em agosto.

Para esse Encontro da Mulher Urbanitária, realizado no sábado, 30 entidades sindicais indicaram mulheres dirigentes, totalizando 63 mulheres inscritas, mais 10 dirigentes da CNU/FNU, natas.

O Encontro foi aberto pela secretária de mulheres da CNU, Amélia Fernandes, e por Giovana Barros, que representou Leila Luiz, secretária de mulheres da FNU. Elas saudaram e parabenizaram a presença de todas e falaram da importância do encontro para reavaliar as estratégias e fortalecer a luta das mulheres por seus direitos e por um país mais justo e igualitário. Amélia enfatizou a importância da reorganização das mulheres do ramo urbanitário, nesse momento conjuntural e o evento deste sábado já foi um importante passo para isso.

Mesa de debates

Durante o encontro ocorreu a mesa de debates “A Conjuntura atual e a violência contra a mulher no mundo do trabalho e no movimento Sindical”, que teve como convidadas: Carmem Foro, Secretária-Geral da CUT Nacional; Juneia Batista, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT; Fabíula Rocha, representante do Sindiágua-RS; e Fabíola Latino Antezana, dirigente da CNU e do Stiu-DF

Carmem Foro abordou a questão da fome, do desemprego e como as mulheres são as mais afetadas nesse contexto atual: “nossos direitos serão os primeiros a serem retirados. As mulheres também são as mais prejudicadas com as privatizações no setor de água é energia, principalmente as que moram na periferia, devido ao aumento e exclusão dos serviços que essas privatizações ocasionar”. Ela também destacou o quanto a pandemia agravou a violência contra as mulheres, em todos os aspectos: físico, psíquico e político.

A dirigente da CUT alertou, ainda, que o acolhimento faça toda a diferença e que a sororidade seja uma constante em nossas vidas.

A palestrante Juneia Batista falou da importância dos sindicatos debaterem o tema da violência e assédio contra as mulheres e fazer um trabalho de combate aos comportamentos inaceitáveis nos locais de trabalho e sociedade em geral. Também destacou a importância de se fazer um trabalho educativo como o assediador, que normalmente são homens, mas as mulheres também assediam muito, principalmente na forma de assédio horizontal.  Ela também enfatizou a importância da inclusão das pessoas com deficiência e do trabalho que ainda se faz necessário para sua inclusão e empoderamento.

Os processos de privatização, tanto do setor de saneamento como do setor elétrico foram explanados por Fabíula Rocha e Fábiola Latino Antezana, respectivamente. Elas contextualizaram o cenário atual e reforçaram que a privatização desses serviços têm consequências maiores entre as mulheres. “A privatização da água gera aumento nas contas e, por consequência impede o direito dos mais pobres à esse serviço, prejudicando mais diretamente às mulheres para as quais estão impostas as responsabilidades pelos serviços domésticos”, afirmou Fabíula Rocha.

Nessa mesma linha, Fabíola Antezana, disse: “serão as mulheres que sofreram mais os impactos, porque parte da independência feminina foi conquistada pela tecnologia (que hoje depende da eletricidade) e deixar de ter acesso à ela, principalmente pelo aumento da conta de luz, será um grande retrocesso na vida das mulheres”.

Debate e eleição das delegadas

Após a explanação das palestrantes, foi aberto espaço para o debate com grande número de inscritas. As mulheres apresentaram propostas e sugestões para ajudar no engajamento da luta, relataram experiências pessoais, expressaram solidariedade umas às outras e reforçaram o compromisso em lutar por direitos. Este momento do encontro foi permeado por falas carregadas de emoção e empatia, e onde a palavra sororidade ganhou mais força.

Na parte final do Encontro, foram eleitas, por unanimidade, três delegadas e duas suplentes para  participarem do Encontro Nacional de Mulheres da CUT 2021. São elas:

. Cássia Liberatori – representante da FRUSE (Federação dos Urbanitários do Sudeste)

. Fábíola Latina Antezana – representante da Furcen (Federação dos Urbanitários do Centro-Norte)

. Amélia Fernandes – representando a Frune (Federação dos Urbanitários do Nordeste)

Suplentes:

. Alicéia Alves Araújo– Sinergia-MS

. Fabíula Rocha – Sindiágua-RS

As urbanitárias também serão representadas pela delegada nata, na vaga da FNU, Giovana Barros.

Momento cultural

Durante o Encontro, as mulheres foram brindadas com apresentações culturais: Maria Izabel Monteiro, atriz e presidente do sindicato das trabalhadoras domésticas do RJ, declamou poesia do grupo Marias do Brasil, sobre opressão sofrida pelas mulheres; e Tamara Jonhson (baixista) – tocou a música “As Brasileirinhas”.

No encerramento, Têonia Almeida, urbanitária do Sintepi, brindou o encontro com uma apresentação musical, cantando composições próprias que falam da luta das mulheres na conquista por seu espaço na vida profissional e social.

Por: FNU

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