Nesta terça-feira (3), funcionários da Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGás) fizeram um ato na Assembleia Legislativa contra a privatização da empresa estatal. Os deputados estaduais Paulo Siufi (PMDB), Amarildo Cruz (PT), Pedro Kemp (PT), Grazielle Machado (PR), João Grandão e Antonieta Amorin (PMDB) manifestaram apoio aos trabalhadores, que paralisam as atividades por 24 horas.
A manifestação faz parte das ações do Dia de Luta pela Soberania Nacional, movimento contra as privatizações de empresas públicas. Servidores da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, também aderiram à paralisação.
Na Casa de Leis, o diretor do Sinergia-MS, Elvio Vargas, fez um pronunciamento na tribuna destacando a importância dessas empresas para o Estado. A MSGás, por exemplo, registrou nos últimos dois anos, um relevante aumento de sua carteira de clientes, apresentando um aumento do lucro líquido de 154% no ano de 2016, comparado com 2014. No ano de 2016, os investimentos em expansão das redes de distribuição resultaram em um crescimento de mais de 40% na média de Gás Natural distribuído ao setor não térmico.
Em resposta a declaração do governador Reinaldo Azambuja de que os trabalhadores estariam “defendendo seu feudo”, Elvio Vargas rebateu: “Estamos defendendo não só os empregos, mas defendendo Mato Grosso do Sul. […] O governador tem que ter respeito pelos trabalhadores, respeito pelas entidades sindicais, principalmente nesse momento que estamos passando no país onde a gente faz uma luta muito justa”.
Deputado Estadual Pedro Kemp (PT) & Deputado Estadual Paulo Siufi (PMDB)
Apoio
O deputado estadual Pedro Kemp também criticou o posicionamento do governador. “Os servidores tem o direito de se manifestar nesse momento, não devem ser intimidados pelo governo. […] Eles estão defendendo, primeiro, o Estado. Porque o governo passa, mas o Estado vai ficar!”.
Kemp ainda cobrou o cumprimento de uma promessa do governo estadual de que seria formada uma comissão com funcionários da MSGás para acompanhar o processo de estudo de viabilidade da privatização. “Até agora essa comissão não foi formada. […] Na reunião que tivemos com os trabalhadores e o secretário de governo ficou acertado que o Estado não tomaria nenhuma decisão sem a participação da Assembleia Legislativa e dos funcionários”, lembrou.
O deputado Paulo Siufi também manifestou apoio aos trabalhadores. “É inadmissível privatizar uma empresa que dá lucro de 154%! Se é uma empresa que dá lucro, você vai privatizar para dar lucro para outros que nem daqui são? […] Existe a preocupação com os empregos? É claro que sim. Mas a preocupação maior é com Mato Grosso do Sul e ficou claro isso no manifesto de vocês”.
Eletrosul
No pronunciamento, o diretor do Sinergia apresentou ainda dados da Eletrobras, que tem a Eletrosul como uma de suas subsidiárias. “A Eletrobras foi construída com dinheiro público e tem um patrimônio avaliado por especialistas de 400 bilhões de reais. […]Na pressa excessiva, o governo de Michel Temer e sua equipe econômica estimam vender a empresa por 20 bilhões!”.
Elvio Vargas citou ainda o exemplo de países como Portugal, que cinco anos após a privatização da estatal do setor elétrico, registrou aumento de 150% no custo da energia. Outro estudo apresentado pelo diretor do Sinergia aponta os prejuízos provocados pelas privatizações da Vale do Rio Doce, empresas de telecomunicações, siderúrgicas e 26 empresas do setor elétrico (entre elas, a antiga Enersul) na década de 90. “O Estado entregou seu patrimônio e, mesmo assim, a dívida líquida do setor público subiu de 32% do PIB em 1994 para 56% do PIB em 2002”.
Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do Sinergia
Assista ao pronunciamento do diretor do Sinergia na Assembleia Legislativa