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Empresas de energia enfrentam péssimo desempenho na Bolsas Ricarelly

Calçados ouve queda de 18% no valor das ações desde setembro de 2012.

Índice Ibovespa subiu 7% e o das elétricas teve baixa de 15% no período.

Renato Biazzi

São Paulo, SP

Ações de empresas de energia elétrica tiveram nos últimos meses péssimo desempenho na bolsa, atribuído à intervenção do governo no setor e dúvidas sobre racionamento.

Derreteram. É essa a expressão usada pelo mercado financeiro para o que aconteceu com os papéis das empresas elétricas.

O valor das ações das 34 empresas listadas na Bolsa de Valores era de mais de R$ 200 bilhões no começo de setembro, quando o governo informou que ia reduzir a tarifa. As mesmas empresas fecharam o pregão valendo R$ 169 bilhões, uma queda de 18%, R$ 37 bilhões a menos.

O índice Ibovespa e o índice das empresas do setor elétrico vinham na mesma trajetória no início do ano passado, mas, a partir de setembro, quando o governo autorizou a renovação de contratos das empresas, houve um descolamento. De lá para cá, o índice Ibovespa subiu 7% e o índice das elétricas teve baixa de 15%. “Enquanto não se recuperar a confiança das concessionárias no governo, as ações não vão ter uma alta”, diz Juliana Passadore, consultora de energia.

Há especialistas, no entanto, que veem essa queda no valor das ações do setor elétrico como um movimento de ajuste do mercado em função de uma nova realidade econômica. Como os juros baixaram, a rentabilidade das empresas diminuiu, desestimulando os investidores e fazendo o valor das ações cair.

“A rentabilidade futura deste segmento tende a ser menor do que era observada no passado. Como o mercado reage? Vendendo ações para equilibrar expectativa de lucro com preço atual das empresas. Não acredito que o setor de energia elétrica vai continuar caindo de forma tão forte que nem recentemente verificado”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Nesta sexta-feira (11), chegou uma boa notícia: a primeira alta do ano, ainda que tímida, no nível dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração hidrelétrica do país. Passadore, no entanto, diz que a incerteza no setor põe em dúvida muitos investimentos dos empresários. “Se ele teria projetado uma expansão da sua indústria para esse primeiro semestre, provavelmente ele vai segurar esse investimento para o semestre que vem ou até para 2014”, afirma.

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